Pesquisadores do CISM preocupados com casos de pneumonia

Desde a sua criação em 1996, o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) realiza um conjunto de pesquisas com o objectivo de gerar evidências para o desenvolvimento de ferramentas e/ou políticas para o combate e eliminação de doenças que afectam a saúde pública no país, bem como a nível global.

 Neste âmbito, em 2004 o CISM iniciou pesquisas sobre as pneumonias, uma forma de infecção respiratória aguda, comumente causada por vírus, bactérias ou fungos e que pode causar desde doenças leves a fatais em indivíduos de todas as idades com destaque para crianças, grupo no qual a pneumonia é a maior causa de doença e morte em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O CISM foi a gera evidências sobre o peso das pneumonias em crianças

O CISM tem realizado estudos que geram evidências sobre o peso de pneumonias e por outro lado tem contribuído para o desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico e tratamento de pneumonias. De acordo com o Investigador da sub-área de infecções respiratórias e bacterianas invasivas, Sérgio Massora, o maior contributo do CISM foi a geração de evidências sobre o peso das pneumonias em crianças o que ajudou o país para a introdução de vacinas que previnem a pneumonia como é o caso da vacina contra a bactéria denominada Haemophilus influenzae tipo b (Hib) em 2009 e a vacina antipneumocócica conjugada (PCV10 e PCV13, em 2013 e 2017 respectivamente).

“Por outro lado, o CISM continua a realizar estudos que visam entender o peso de doença e avaliar o impacto da introdução destas vacinas no Programa Alargado de Vacinação”, disse.

A fraca disponibilidade de fundos para pesquisa de novas vacinas, é um dos desafios

Entretanto, apesar do notável avanço nas pesquisas que visam combater à pneumonia, ainda há desafios, sendo o principal segundo Massora, a existência de múltiplos microrganismos causadores da pneumonia, desde bactérias, vírus e fungos incluindo parasitas, o que dificulta bastante a sua erradicação.

 “Para além disso, há desafios como a fraca disponibilidade de fundos para pesquisa de novas vacinas, carência de meios diagnósticos e pessoal clíncio qualificado, pelo que, dotar as comunidades de conhecimento sobre as medidas preventivas mais eficientes (por exemplo, a vacinação, cuidados de higiene básica e o fortalecimento do sistema imunológico) é um passo extremamente importante para a redução do peso da doença”, acrescentou.


Há esforços que devem ser levados a cabo de modo a reduzir o impacto da doença (imagem da internet).

Para além disso, a médica, investigadora e responsável da Área de Saúde Materna, Sexual e Reprodutiva do CISM, Tacilta Nhampossa, defende que há esforços conjuntos que o governo e seus parceiros, incluindo o CISM, podem levar a cabo de modo a reduzir significativamente o impacto da doença no Sistema Nacional de Saúde. Esses esforços vão desde expansão da vacinação, visando a promoção de programas de vacinação abrangentes, especialmente em populações de alto risco, como crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas.

É preciso promover o acesso aos cuidados de saúde

Ainda segundo Nhampossa, esses esforços incluem a produção de vacinas mais efectivas e eficazes contra diferentes agentes causadores de pneumonias, organização de campanhas que promovam o uso racional de antibióticos de modo a reduzir os índices de resistência bacteriana.

 “Mas também, é preciso promover o acesso aos cuidados de saúde de modo a garantir o acesso equitativo e de qualidade para o diagnóstico precoce, tratamento eficaz e formas de prevenção da doença”, acrescentou a investigadora.

Somente em 2017, a pneumonia causou em todo o mundo, a morte de mais de 808 000 crianças com menos de 5 anos, sendo responsável por 15% de todas as mortes em crianças dessa faixa etária. Devido ao peso da doença para a Saúde Global, a OMS estabeleceu o dia 12 de Novembro, como o Dia Mundial da Pneumonia, com o objectivo de conscientizar sobre os mecanismos de prevenção da doença, que continua sendo a principal causa de morte de crianças com até 5 anos de idade.


Categoria: Saúde

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