CAÇADORES FURTIVOS AMEAÇAM A SOBREVIVÊNCIA DO PANGOLIM NO PAÍS

A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) revela que o número de pangolins em Moçambique continuam a reduzir drasticamente sob pressão de traficantes que alimentam o mercado asiático.

“Infelizmente, o pangolim é o mamífero mais traficado do mundo, e tem sofrido muitas ameaças que podem levar a sua extinção”, observa a ANAC em nota divulgada no âmbito das celebrações, sábado, 17 de fevereiro, do Dia Mundial do Pangolim.

A efeméride, anota a ANAC, serve para conscientizar sobre o papel importante que o pangolim desempenha na natureza e a necessidade da sua preservação enquanto espécie em vias de extinção.

Em Moçambique caçar pangolim é crime, e é punido com penas severas, que variam de 12 a 16 anos de prisão, para os caçadores furtivos, traficantes, mandantes, incluindo aquele que porta ou transporta partes do animal.

DETENÇÃO

A 11 de Fevereiro corrente, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Sofala, fiscais florestais e grupos internacionais de combate ao tráfico ilegal, detiveram um politico recém-empossado, para o cargo de secretário de mesa na autarquia de Chimoio, por tráfico de pangolim.

O suspeito, que integra a OJM, braço juvenil da Frelimo, partido no governo, e diretor de uma importante escola primária local, liderava um grupo de quatro comparsas, e foi interceptado na posse de um animal vivo, acondicionado numa caixa de água mineral, confirmou à VOA Alfeu Sitoe, porta-voz do Sernic em Sofala.

O pangolim apreendido nesta operação foi entregue à ANAC. Esta entidade, por sua vez, entregou o animal ao único Centro de Reabilitação da espécie em Moçambique, que funciona em Chitengo, Parque Nacional de Gorongosa (PNG).

O Centro de Reabilitação de Pangolins já recebeu resgatados 115 animais da espécie desde 2018, dos quais 89 são do tráfico e 26 das comunidades. Dos 115 animais resgatados, 109 chegaram ao centro com vida.

“As pessoas nas comunidades estão muito sensibilizadas, por isso vemos um número grande de entregas de comunidades, mas o tráfico de pangolins ainda existe em redes maiores nas grandes cidades e feito principalmente por cidadãos de nacionalidade asiática”, disse à VOA, Larissa Sousa, directora associada de comunicação do PNG.

Os pangolins são traficados para alimentar a cada vez maior procura da sua carne e escamas, para alegado uso na medicina chinesa.


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