Vaz com voz do Namúli que faz o mundo vibrar!

Por : Roseiro Mário Moreira

Ter-nos-iam dito que a Vaz era uma voz do Namuli, esse mítico monte cuja sempiterna localização continua incólume no estremo norte da cordilheira Chire-Namuli, na Alta Zambézia, mesmo com os livros de geografia forçadamente forjados por incultos consultores e educadores faz de conta. Mas é também conhecida como a Vaz da voz musical feminina de Alto Molócuè, por lá estar radicada e celebrizada como cantora. Para desamarrar dúvidas e não ocultar dívidas de conhecimento sobre o dealbar e a fama desta estrela zambeziana, auscultamos biógrafas populares, pessoas que falam bem ou mal umas das outras, metendo-se nas vidas alheias, mas que jamais se consideram fofoqueiras! Ouvimos gente que a conhece desde a vida de infância comum de pé indefeso, brincando de solista e corista até receber o eco da sua própria voz descaindo do Namuli. Mexericamos afavelmente algo da privacidade dessa melhor voz hodierna da região do referido monte. Com ela confirmámos a sua origem Namuliense. Uma privilegiada Lómwè autóctone, dos berços eleitos de Gurúè, antiga Vila Junqueiro, Capital do Chá, onde nasceu essa voz de afinação estrelar, conhecida por Ivon Vaz, que da vizinha Vila de Alto Molócuè para Moçambique e para o mundo renasce e floreja timbrada de sucesso há pouco mais de uma década com quase meia centena de músicas no mercado e discos em manga para 2023! Mas a Zambézia é prenhe de talentos em ciências, arte e cultura! Talentos suculentos em qualquer das suas especialidades. Todavia, muitas vezes negligenciados em razão da sua não equidistância do teatro operacional de oportunidades e realizações nacionais incultamente quase sempre epicentrado na Zona Metropolitana do Grande Maputo e alguns arrabaldes. Não haja dúvidas! Exemplos não caberiam neste texto, nem os saberíamos hierarquizar sem levar milandos e maus falados por elencagem subjectiva ou simplesmente por tacanhez de problematização do sucesso de outrem. Rara não é entre moçambicanos em geral, zambezianos em particular e lómwès como casos mais notáveis, essa prática de diabolização! Infelizmente tem amiúde sido assim! Quando o sucesso de outrem se vai robustecendo e cada vez mais difícil vai ficando  tapar o seu brilho, aparecem sempre obstrutores psicológicos querendo trazer à ribalta aspectos de foro íntimo dos artistas em ascensão. Tudo meticulosa e maldosamente trazido para confundir a opinião pública sobre a genuinidade do talento que dorme em cantoras zambezianas como a Ivon Vaz, cuja majestosa presença física por vezes confunde pessoas cegando-as ao ponto de pretenderem vedar a sua alma de grandiosa voz feminina moçambicana. Mas não a conseguem parar! A mística do eco do seu coro espalhando-se pelas encostas, pelos vales e pelos campos verdejantes dos pés frondosos do Namuli turbina-a devolvendo-a o alento de luta pela honra do seu talento. Em passo calmo e lento mas infatigavelmente firme, evento após evento, o vento da sua vitória retumba pelas ondas dos ares atingindo os montes Drakensberg na Zululândia e o Kilimanjaro na pátria do Muálimo Nyerere, fazendo um Zulu dançar niketxe ou um Suahili rodopiar com mukuntxu, danças típicas das gentes lómwè do seu excelso monte Namuli. Como artistas, as pessoas sabem de nossas vidas e pintam-nos quadros apimentados exageradamente correspondentes à nossa realidade ou grosseiramente maledicentes e desconfortantes de fazer desistir de tudo! Até martelados a partir de meias ou absolutas verdades sobre nós. Expõem demais a vida do artista! Mas olhando positivamente o percurso desta e de outras cantoras que se erguem de minúsculos palcos de vilas do interior tiramos revelações de bravura, persistência e sentido de pureza artística que vemos em emblemas da música hoje cantada por zambezianas. Por isso trouxemos ao nosso “para além da caixa” um enaltecimento à IVON VAZ COM VOZ DO NAMULI QUE FAZ O MUNDO VIBRAR ( IN: Para além da caixa 12).


Categoria: Opinião

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