UP-Maputo capacita estudantes e professores em matérias de acção humanitária
Através do projecto denominado “Escola de Verão”, que forma estudantes e professores sobre acção climática, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) espera diminuir a dependência internacional em casos de emergências humanitárias.
Nos últimos anos, Moçambique tem sido assolado por desastres naturais, crises socio-económicas e conflitos armados, o que gera a necessidade crescente de acção humanitária. Nesses momentos, a ajuda externa tem sido de grande importância.
A UP-Maputo quer diminuir a dependência do apoio internacional. Através do projecto “Escola de Verão”, a instituição de ensino em referência prevê, durante duas semanas, capacitar estudantes, professores, investigadores, representantes da sociedade civil e outras pessoas ou organizações com interesse em causas humanitárias.
A longo prazo, espera-se desenvolver pesquisas de modo a melhorar a área de apoio humanitário. “Não vai ser de um dia para o outro, mas, começando assim, cremos que, a breve trecho, vamos conseguir que os nossos [cidadãos moçambicanos] sejam capacitados, de modo a não dependermos de profissionais de fora. Para o caso dos estudantes, estes deverão também desenvolver pesquisas para se perceber o que se fez, o que se está a fazer e o que se pode fazer para melhorar a forma com que se presta apoio em casos de crises”, explicou a coordenadora do projecto, Arlete Ferrão.
Para o reitor da UP-Maputo, Jorge Ferrão, a medida vai reforçar a capacidade de resposta aos eventos climáticos no país. “Nós temos sido vítimas das mudanças climáticas, tal como o mundo inteiro o é, mas, para nós, elas são mais violentas porque não temos uma capacidade de resposta.”
Outro factor que preocupa Jorge Ferrão tem a ver com a falta de profissionais capacitados a operar no ramo humanitário. “As pessoas que participam nas operações humanitárias de socorro e busca, elas também têm funcionários locais, que representam 88% das pessoas que operam na área, mas, sem capital, por vezes, mesmo tendo algum conhecimento local, deve-se subordinar a alguém que pode não ser formado na área”, acrescentou Ferrão.
O projecto “Escola de Verão em Acção Humanitária” é organizado pela UP-Maputo em parceria com universidades de Cabo Verde e de Atenas, na Grécia.