
TRUMP CRITICA DESPERDÍCIO DE RECURSOS EM CIRCUNCISÃO EM MOÇAMBIQUE
Em seu primeiro discurso no Congresso desde o retorno à Casa Branca, o Presidente dos EUA, Donald Trump, fez duras críticas ao governo de Joe Biden, acusando-o de desperdiçar recursos norte-americanos com ajuda externa. O tom agressivo de Trump, caracterizado por acusações de “desperdícios terríveis”, reflectiu sua visão de que o dinheiro dos contribuintes dos EUA está sendo mal alocado em programas internacionais.
Durante seu pronunciamento, Trump citou como exemplo o caso de Moçambique, onde, segundo ele, foram investidos “10 milhões de dólares em circuncisão masculina”. Essa declaração foi feita em meio a uma crítica mais ampla sobre o uso de fundos para causas que, em sua visão, não trazem benefícios directos para os Estados Unidos.
Trump também mencionou o Lesoto, um pequeno país africano, afirmando que o governo Biden teria destinado “oito milhões de dólares para promover os direitos LGBT” nesse país, algo que, segundo o ex-presidente, “ninguém nunca ouviu falar”. A alegada ignorância de Trump sobre a existência do Lesoto foi amplificada em suas palavras, levantando preocupações entre organizações civis de que a ajuda norte-americana está em risco.
Organizações que actuam na luta contra o HIV no Lesoto e em outros países da África temem que os cortes no orçamento de ajuda externa afectem gravemente programas de combate à pandemia, especialmente em nações mais vulneráveis. Cerca de 30 grupos da sociedade civil manifestaram sua preocupação com a possibilidade de o fim dessa assistência comprometer os avanços conquistados nas últimas décadas.
Além das críticas sobre a ajuda à saúde, Trump ordenou cortes significativos nos fundos de ajuda humanitária e de desenvolvimento. Sua proposta reflecte um alinhamento com sua política externa mais centrada nos interesses imediatos dos EUA, visando a reavaliação de como o país deve distribuir recursos internacionais.
Desde sua chegada à Casa Branca, Trump tem procurado reverter programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que desempenham um papel crucial em projectos humanitários e de desenvolvimento ao redor do mundo. O enfraquecimento da USAID, observado desde o início de sua presidência, parece agora se intensificar, com o risco de prejudicar diversas nações que dependem de suporte financeiro para projectos essenciais.
A repercussão de suas palavras tem gerado intensos debates, principalmente sobre a eficácia da ajuda externa e o papel dos Estados Unidos como líder global na promoção de direitos humanos e no combate a crises globais.
