Numa actitude pouco digna de uma formação política experiente e reputada, no seu papel de maior oposição política na última década e meia, a Bancada minoritária do Partido FRELIMO na Assembleia Autárquica da Cidade de Quelimane furtou-se à IV Sessão daquele órgão de afirmação da participação pública democrática. O facto foi revelado ao público em forma de repúdio, como denuncia o Conselho Autárquico da Cidade de Quelimane, em Comunicado de Imprensa emitido e distribuído ontem, 10 de Dezembro, data da realização da magna reunião dos representantes dos munícipes da Capital da Zambézia.

“Lamentamos profundamente a decisão da Bancada da FRELIMO de boicotar esta importante sessão, recusando-se a participar do debate e aprovação dos instrumentos que visam responder aos desafios e aspirações da nossa cidade”, refere o comunicado sentenciando de seguida que a “atitude (da FRELIMO) constitui um claro sinal de desinteresse e falta de compromisso com o progresso de Quelimane e com as necessidades dos seus cidadãos”.

Em face daquela atitude despida de qualquer sentido de Estado e ofensiva à dignidade dos munícipes que escolheram alguns membros do Partido FRELIMO como seus representantes em Bancada minoritária, “o Conselho Autárquico repudia veementemente este comportamento, que não só desrespeita a confiança depositada pelos eleitores nos seus representantes, como também revela uma postura politicamente irresponsável, numa altura em que a má gestão pública da FRELIMO é amplamente contestada a nível nacional”.

Entretanto, o pretendido boicote da FRELIMO não fez fé e a IV Sessã da Assembleia Autárquica da Cidade de Quelimane prosseguiu e com os votos da Bancada maioritária da RENAMO, aprovou importantes documentos para o desenvolvimento da Autarquia. Com efeito, foram, por unanimidade, viabilizadas propostas fundamentais para o desenvolvimento de Quelimane:  Plano de Actividades e Orçamento para o exercício económico de 2025; Novo Código de Posturas Municipais; e Plano de Acção do Reassentamento Abreviado. Os últimos dois documentos constituem “instrumentos essenciais para a organização e gestão urbana”, incluindo “intervenções estruturantes como a construção e reabilitação de estradas, com impacto directo na mobilidade e qualidade de vida da população”.

Para o Conselho Autárquico da Cidade de Quelimane “as decisões tomadas durante a IV Sessão da Assembleia Autárquica são uma demonstração do nosso compromisso com a construção de uma Quelimane mais desenvolvida, organizada e inclusiva”. O comunicado que temos vindo a citar ressalta que “apesar das adversidades, o Conselho Autárquico de Quelimane reitera o seu compromisso de trabalhar com seriedade e dedicação em prol dos interesses da cidade e dos seus munícipes”.

Recorde-se que a Cidade de Quelimane é liderada pelo Prof. Dr. Manuel de Araújo, que a tirou da monotonia governativa da FRELIMO ao vencer esse gigante político nas eleições intercalares de 2011. Quelimane é hoje uma das 4 Autarquias sob gestão da RENAMO em resultado das eleições autárquicas de Outubro de 2023, que à excepção da Cidade da Beira, inicialmente davam vitória à FRELIMO em todas as autarquias do país, mas o Conselho Constitucional viria a devolver Quelimane e Chiúre à RENAMO, deixando também que esta formação política se estreasse na governação de Vilanculos e Alto Molócuè. (Roseiro Moreira/Comunitações Pro Ciência, Arte e Cultura – COMPCAC com fotos de cortesia Facebook CACQ).

Categoria: Opinião