
SECTOR HOTELEIRO SOFRE PERDAS ACIMA DE 500 MILHÕES DE METICAIS
As empresas do sector hoteleiro e seus prestadores de serviços já contabilizam perdas superiores a 500 milhões de meticais em decorrência dos protestos pós-eleitorais. De acordo com Muhammad Abdullah, presidente do Pelouro do Turismo na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), o sector segue enfrentando o cancelamento de reservas e pedidos de reembolso devido à instabilidade no país.
Os protestos pós-eleitorais têm provocado uma grande desestabilização na economia nacional, resultando na paralisação de actividades em diversos sectores, com o turismo sendo um dos mais afectados.
“A indústria do turismo está, neste momento, prejudicada por esta situação, na ordem dos 500 milhões de meticais. Aqui há duas vertentes, as empresas, investiram para poder receber os turistas nesta época, agora não só não terão o retorno do seu investimento, como também terão que reembolsar pelas reservas que estão a ser canceladas. É uma situação complicada, que nos preocupa bastante, que não sabemos ainda como e quantas empresas irão sobreviver neste momento” lamentou Muhammad Abdullah, Presidente do Pelouro do Turismo na CTA.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique alertou que a actual crise enfrentada pelo sector turístico é ainda mais grave do que a crise causada pela pandemia de Covid-19, com consequências potencialmente drásticas.
“Estamos lidando com um clima de insegurança, medo e falta de mobilidade. As imagens e notícias que circularam pelo mundo, mostrando pessoas retidas nos aeroportos e até dormindo no chão, tiveram um impacto devastador. Quando essas imagens ganham repercussão internacional, o efeito para o nosso país e, especialmente, para o turismo, é catastrófico”, explicou Muhammad Abdullah.
O presidente da CTA também destacou que a instabilidade actual terá efeitos prolongados, dificultando a recuperação do sector.
“Será difícil colocar novamente no agendamento das pessoas que Moçambique é um país seguro, que não há problemas em visitar, porque fica esta imagem desta instabilidade, desta insegurança, desta falta de mobilidade, destes bloqueios que infelizmente acontecem neste momento das manifestações e desta crise pós-eleitoral que o nosso país está a viver. Terá que-se procurar um caminho complicado, um caminho longo e que virá a travar aquilo que são as nossas aspirações e a grande velocidade com que o turismo moçambicano vinha crescendo na mente e nas preferências do turista internacional” afirmou Abdullah.
A CTA manifestou grande preocupação com a situação e alertou que algumas empresas do sector turístico podem ser forçadas a encerrar suas actividades se a instabilidade persistir.
