
Responsáveis do Atentado contra Dinis Tivane
Escrito por: ANTONIO FOGUETE
Dinis Tivane, tornou-se um alvo de um contexto já marcado por assassinatos de figuras ligadas à política e à sociedade civil. Diante desse cenário, somos todos chamados a condenar veementemente qualquer forma de assassinato, qualquer ataque e tentativa de ataque à vida de quem quer que seja, seja político, activista ou cidadão comum.
A pergunta que paira no ar, no entanto, é: quem está por trás desses ataques?
A resposta, não é simples, como pode se imaginar, entretanto, Dinis Tivane não hesitou em apontar o dedo para o partido Frelimo, responsabilizando-o pelos ataques à sua integridade. Contudo, a narrativa de que a Frelimo é responsável por esses crimes carece de uma análise mais profunda, para não desviar nossa atenção do problema central.
A nossa primeira tese é que a Frelimo, se bem que é, não é o único adversário da “força política” que suporta Dinis Tivane. Outros partidos, que perderam ou estão à beira de perder seu protagonismo no novo cenário político em Moçambique, podem também ter interesse no silêncio de algumas vozes, na esperança de recuperar seu posicionamento.
A segunda tese é que aliado a isso, dentro da própria estrutura onde Tivane é membro, pode haver pessoas com ambições próprias, e com interesse de afastar um Dinis Tivane que, vindo do partido PODEMOS, foi arrastado pelo VM7 tornando-se seu maior confidente. Se há infiltrados em todos os partidos, então, esta possibilidade não deve ser excluída.
A terceira hipótese é a narrativa de vitimização. Não podemos descartar a possibilidade de que as tentativas de assassinato contra Dinis Tivane possam ser da autoria da própria estrutura política a qual Dinis Tivane é membro. Ao direccionar a culpa para a Frelimo, a situação poderia servir como uma estratégia para desviar a atenção e fortalecer a narrativa de vitimização. A aparição de um Dinis Tivane perseguido e ameaçado de morte, pode significar conquista de simpatia e solidariedade do povo, por uma lado, e a diabolização do Partido Frelimo, por outro.
A quarta tese é a de manipulação. É crucial reconhecer que a forma como os eventos são apresentados à sociedade pode influenciar a percepção das massas e moldar a opinião pública. A manipulação, seja por meio da distorção de factos ou da criação de narrativas emocionais, pode ser uma ferramenta poderosa na política. Dinis Tivane, ao se posicionar como uma vítima em meio a uma disputa acirrada, pode estar utilizando essa dinâmica para galvanizar apoio popular e alavancar sua imagem e a imagem do seu partido, se bem que o tem.
Estas hipótese foram testadas com a seguinte questão: então de onde vem as armas utilizadas nestes ataques? A formulação da nossa resposta começou também com uma outra questão: as armas são também do Partido Frelimo?
Em um passado não tão distante, assistimos a cenas alarmantes de destruição durante manifestações, onde esquadras e postos policiais foram invadidos e saqueados. Alias os principais alvos destas manifestações despertam nossa atenção: esquadras e hospitais. Armas que deveriam servir à segurança pública agora podem estar nas mãos de “indivíduos sem controle”, vagando pelas ruas e alimentando um ciclo de violência.
Como perguntava o Presidente da República, Daniel Chapo, numa entrevista á alguns Órgãos e comunicação Social: por que os manifestantes, tem como principal alvo esquadras e hospitais? O que realmente buscam em uma esquadra senão as armas? Porque destroem viaturas policiais usadas para patrulha a busca de criminosos? Talvez seja para fragilizar a capacidade de resposta da nossa polícia cotra a criminalidade para depois concretizarem seus projectos de assassinatos do nosso povo. Ao mocambicanos, fica o apelo de que precisamos, com urgência, manter um olhar atento sobre as características destas manifestações.
Voltando ao assunto, o facto é que as ameaças à vida de Dinis Tivane podem vir de múltiplas direcções.
