Petroquímica indonésia busca compradores para gás natural da Bacia de Búzi
Busca de mercado acontece depois da confirmação da existência de gás comercializável naquela região da província de Sofala. Em Jakarta, na Indonésia, a EMP, maior accionista do consórcio, mostrou-se expectante em relação aos ganhos que poderão resultar do projecto.
A Búzi Hidrocarbonetos já está à procura de compradores para o gás natural de Búzi, confirmado, através de pesquisas feitas pela empresa indonésia EMP. Mesmo faltando a identificação do potencial de gás natural existente na Bacia do Búzi, em Sofala, a Búzi Hidrocarbonetos já sabe que o recurso é comercializável.
À margem de uma visita feita por uma delegação de empresários moçambicanos à sede da holding, da qual a petroquímica faz parte, em Jakarta, capital da Indonésia, o CEO da Búzi Hydrocarbons, Taufan Rotorasiko avançou que “encontramos dois furos com gás e, agora, estamos a trabalhar com um terceiro, em que esperamos confirmar boas quantidades de recursos”. No entanto, tal como anunciado este ano pelo Conselho de Ministros, os resultados definitivos sobre o potencial de gás natural naquela região só poderão ser conhecidos em 2024.
As perfurações de pesquisa de gás na região iniciaram-se em 2019, numa parceria entre a Búzi Hidrocarbonetos, com 75%, e o Estado moçambicano, com 25%, representado pela Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos. Ainda é preciso apurar as quantidades do recurso.
“Esperamos investir, primeiramente, cerca de 15 milhões de dólares, mas também planeamos investir cerca de 120 milhões de dólares para construir a plataforma. Então, é um grande investimento para o país, e esperamos que o mesmo crie grandes oportunidades para nós e para Moçambique”, acrescentou o CEO da Búzi Hidrocarbonetos.
Para Moçambique, o grupo empresarial indonésio é estratégico, pelo potencial que tem de influenciar outras companhias a investirem no mercado moçambicano. “O projecto está numa fase avançada. Eles estão neste momento à procura de potenciais clientes, na medida em que já conseguiram encontrar o gás”, avançou o embaixador de Moçambique na Indonésia, Belmiro Malate. Por outro lado, “eles podem-nos ajudar a chamar mais empresas indonésias a investirem em Moçambique”, disse o diplomata, chamando à colação um dos objectivos da missão empresarial que está de visita à décima sexta economia mais desenvolvida do mundo.
A Bakrie Holding, um dos “gigantes” empresariais daquele país, foi uma das influenciadoras da criação de uma câmara de comércio entre Moçambique e Indonésia, daí que o presidente do organismo se mostrou orgulhoso e prometeu dar prioridade à questão do conteúdo local.
“Este grupo quer dar privilégios especiais aos membros da câmara e também ao empresariado nacional, no geral, para poderem fornecer serviços ao projecto. Esta é também uma resposta ao desafio do conteúdo local, muito debatido em Moçambique.”
Os direitos de prospecção e exploração do gás do Búzi foram atribuídos no quadro do 5º Concurso de Pesquisa de Hidrocarbonetos.