País recebe garantias de apoio financeiro para o combater mudanças climáticas

Moçambique recebeu garantias de apoios em recursos financeiros e materiais para continuar a reforçar a sua capacidade de adaptação, mitigação e resiliência climática.

A informação foi avançada esta manhã pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, à sua chegada a cidade de Maputo, ido de Sham el Sheikh, no Egipto, onde participou nas reuniões de alto nível realizadas no quadro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças (COP27), que decorre naquele país da África do Norte.

Na conferência de imprensa organizada para fazer o balanço da participação nacional nesta magna reunião, o Chefe do Estado fez um relato dos resultados tendo dito que, a título ilustrativo, o International Finance Corporation (IFC) vai canalizar 120 milhões de dólares para o financiamento do projecto da linha energética de Temane. O IFC é o braço do Grupo Banco Mundial para o financiamento privado.

Ainda neste quadro, o Chefe do Estado reportou que, o Programa Mundial de Alimentação (PMAI assegurou que irá continuar a apoiar Moçambique com um projecto financeiro na média de 20 milhões de dólares para os deslocados, incluindo para a implementação de projectos de construção de resiliência, produção de alimentos e da actividade pesqueira, através de equipamentos ou materiais para esse efeito. 

De forma multilateral, o Banco Africano de Desenvolvimento informou que pretende mobilizar, até 2050, cerca de 25 milhões de dólares para iniciativas integradas no âmbito de energias limpas.

Por seu turno, segundo o Presidente Nyusi, o Banco Mundial tem em vista a mobilização de seis biliões de dólares para os países o financiamento de países que estruturarem projectos sustentáveis direccionados aos mercados de carbono. E as Nações Unidas prometeram, por sua vez, disponibilizar cerca de 3.5 biliões de dólares para sistemas de aviso prévio destinados aos países em desenvolvimento.

Já a Holanda mostrou-se aberta para financiar iniciativas de segurança hídrica, um plano integrado na Conferência Mundial da Água, que este país europeu vai hospedar no próximo ano.

O Presidente da República explicou que, nos vários encontros realizados, o Executivo moçambicano deixou clara a sua visão, experiências e apelos sobre a necessidade de toda a humanidade juntar-se na acção de protecção do planeta Terra.

Igualmente foi vincada, segundo Nyusi, a importância da protecção das Florestas do Miombo, tendo sido realçada ainda a experiência moçambicana na instalação dos sistemas de aviso prévio em todo o território nacional e, ao mesmo tempo, a partilhada o programa da “Iniciativa Presidencial Um Distrito, Uma Estação Meteorológica”.

Na mesma esteira, falou-se ainda sobre os esforços desencadeados por Moçambique para a instalação do Centro Regional das Operações Humanitárias e de Emergência, planificado para o distrito de Nacala, na província de Nampula.

Filipe Nyusi informou ainda que, foi, de forma muito profunda, partilhada e clarificada a visão de Moçambique sobre o conceito de transição energética, onde frisou que esta deve ser gradual.

“E o uso do gás natural é fundamental para gerar recursos que são necessários ao desenvolvimento, num instrumento de energias limpas. Até porque a própria União Europeia já considera o gás como energia verde”, disse o Chefe do Estado.

No Egipto, e à margem da COP27, o Presidente da República manteve encontros bilaterais e contactos diplomáticos com alguns Chefes de Estado e de Governo, organizações internacionais.

A nível mais alto, Nyusi conferenciou com os Chefes de Estado do Quénia, Zâmbia, Malawi, Namíbia, África do Sul, Portugal e Emirados Árabes Unidos.

Das organizações internacionais, o Presidente da República manteve encontros com o Presidente do Banco Mundial, e com responsáveis do International Finance Corporation. Teve ainda encontros com os responsáveis do Millenium Challange Corporation, que reafirmaram a aprovação do programa Compacto II, e do Programa Mundial de Alimentação (PMA).


Categoria: Política

Parceiros e Clientes