OMS ataca Moçambique por cultivar tabaco
A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que Moçambi que é um dos países no mundo que mais utiliza extensos hectares de terra para o cultivo da cultura de tabaco enquanto a sua população passa fome.
Moçambique, com uma área cultivada de 91.469 hectares é o terceiro na região africana, a seguir ao Zimbabué (112.770 hectares) e Maláui (100.962).
Moçambique, ao lado do Zimbabué, Maláui, Tanzânia, Indonésia, Turquia e Estados Unidos estão no “Top 10” dos maiores produtores de tabaco. O Brasil, China e Índia contribuem para cerca de 55% da produção total da planta, segundo um relatório da OMS, citado pelo Notícias.
No mundo, em 120 países, mais de três milhões de hectares de terra são utilizados para o cultivo do tabaco, uma tendência crescente, “incluindo em países onde as pessoas estão a morrer à fome”. E África, por exemplo, o aumento foi de quase 20%, entre 2005 e 2020. A OMS indica que mais de 300 milhões de pessoas enfrenta insegurança alimentar aguda.
“O tabaco não é só uma ameaça para a insegurança alimentar, mas para a saúde no geral, incluindo a saúde dos produtores de tabaco”, disse o Director para a Promoção da Saúde na OMS, Ruediger Krech.
Krech revelou que os agricultores podem estar expostos a doenças pulmonares crónicas ou ainda sofrer envenenamento por nicotina.
“Os agricultores estão expostos a pesticidas, fumo de tabaco (no processo de cura das folhas), e a tanta nicotina quanto a detectada em cinquenta cigarros”, constatou.
Outro problema é o uso de mão-de-obra infantil nas plantações de tabaco. De acordo com a OMS, mais de um milhão de crianças trabalha em campos de cultivo de tabaco e “estão a perder a oportunidade de estudar”.
O tabaco é responsável pela morte de oito milhões de pessoas em todo o mundo. Contudo, os governos gastam milhões em apoio à cultura de tabaco”, denunciou o Director Geral da OMS, Tedros Adhanom.
A OMS sugere que os governos parem de subsidiar o cultivo do tabaco e apoiem a agricultura mais sustentável que “poderiam amentar milhões de pessoas”.