
PRESSÃO VIOLENTA PARA COLAPSAR O ESTADO
Escrito por: FERNANDO MATICO
As manifestações violentas que assolaram Moçambique desde outubro de 2024 não são um simples reflexo de insatisfações locais ou de um ambiente político tenso. Ao contrário, há algo muito mais profundo e estratégico por trás desses acontecimentos. Embora muitos atribuam o surto de violência à insatisfação com os resultados das eleições gerais e a falta de confiança nas instituições governamentais, a realidade é mais complexa e está directamente ligada aos interesses geopolíticos que cercam os imensos recursos naturais do país, especificamente o gás da bacia de Rovuma.
A Trama por trás da desestabilização
Para os observadores mais atentos, o cenário de violência não foi uma surpresa, mas sim o resultado de um processo que vinha sendo cultivado ao longo do tempo. As tensões que explodiram nas ruas de Moçambique não começaram nas eleições gerais de 2024, mas sim com as eleições autárquicas anteriores, nas quais já se percebia a intervenção de forças externas tentando criar um ambiente propício para a instabilidade política e social. As potências internacionais, cientes do valor estratégico do gás liquefeito que Moçambique começava a explorar, viram o país como uma rota de desenvolvimento sustentável. Mas, para que esse desenvolvimento fosse interrompido, era necessário desestabilizar o governo e criar um cenário de caos.
Através de organizações não governamentais, uma grande quantidade de recursos foi direcionada para a promoção de discursos incendiários, fomentando a divisão e o conflito social. A ideia era simples: deslegitimar o governo, criar uma sensação de falência das instituições e, assim, fragilizar Moçambique antes que a exploração do gás pudesse decolar. É um jogo de interesses, em que a instabilidade interna é um instrumento para aqueles que, de fora, desejam reverter o potencial econômico do país.
A Luta contra o colapso do Estado
Nos meses seguintes à agitação, Moçambique enfrentou um verdadeiro teste de resistência. Apesar da perda de recursos externos importantes, como o financiamento do FMI, o governo moçambicano manteve uma postura firme, garantindo a continuidade dos pagamentos aos servidores públicos e buscando formas alternativas de financiamento. Isso irritou aqueles que apostavam na falência do Estado. Quando tentaram sabotar a tabela salarial única e enfraquecer a estrutura administrativa, o país resistiu.
O impacto das manifestações violentas foi inegável. A destruição de bens públicos e privados, o aumento do desemprego e o desgaste social colocaram o país anos atrás no que poderia ser sua trajetória de desenvolvimento. No entanto, o governo se manteve resiliente, com uma liderança inteligente que demonstrou ser capaz de levar Moçambique de volta à rota do crescimento e da estabilidade.
O Gás de Rovuma: A verdadeira razão
Quem ainda duvida que as manifestações violentas têm algo mais a ver com interesses externos do que com questões internas está claramente equivocado. O gás de Rovuma, uma das maiores descobertas de gás natural do mundo, é o verdadeiro motor por trás da crise. A exploração do gás é vista como a chave para o desenvolvimento sustentável de Moçambique, e qualquer tentativa de desestabilizar o país visa impedir que esse potencial seja realizado. Os investimentos americanos, que injectaram bilhões de dólares para garantir o avanço da exploração, foram a resposta do Ocidente ao crescente caos, provando que, quando necessário, os grandes players internacionais têm a capacidade de intervir directamente para garantir seus interesses.
Por mais que o terrorismo na região norte de Moçambique, particularmente em Cabo Delgado, tenha sido um desafio, o trabalho conjunto do governo e das forças da SADC conseguiu reduzir o impacto dessa violência, desarticulando as tentativas de colapso do Estado. A resposta do governo tem sido eficiente, com foco na proteção da ordem pública e na retomada do desenvolvimento.
O Caminho a seguir
O presidente Daniel Francisco Chapo tem demonstrado uma postura calma e serena diante dos desafios. Como chefe de Estado, sua principal missão tem sido restaurar a paz, garantir a segurança e preparar Moçambique para um futuro de prosperidade. O governo tem se mostrado ciente dos fenómenos de desestabilização e está comprometido em avançar com um processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável para toda a sociedade moçambicana.
Nos próximos tempos, é imperativo que o Estado mantenha sua postura firme e continue trabalhando para devolver a ordem e tranquilidade públicas. Apenas assim, com a segurança garantida, o país poderá atrair os investimentos necessários para criar grandes oportunidades de emprego e colocar Moçambique no caminho do desenvolvimento sustentável. O compromisso dos partidos políticos em seguir uma agenda inclusiva e de crescimento é uma das chaves para assegurar que os próximos anos sejam de verdadeira transformação para o país.
O gás de Rovuma não é apenas uma fonte de riqueza, mas também um símbolo da luta de Moçambique por sua soberania e pelo controle de seu próprio destino. O futuro do país depende da capacidade de superar os desafios internos e externos, e de usar seus recursos naturais para construir uma nação mais forte, mais justa e mais próspera.
