Moçambique vai tornar-se num dos maiores produtores de macadâmia

A província de Niassa esta a ser palco de um investimento na cultura da macadâmia, designado de “Niassa Macadâmia”, que explora actualmente em Lichinga uma área de 1300 hectares, dos quais 14 hectares já estão a produzir sob os cuidados de 200 pequenos farmeiros locais com contratos de prestação de serviços.

Assim, espera-se que a província de Niassa possa ser, a médio prazo, a maior produtora nacional da macadâmia e colocar, deste modo, o País no grupo dos maiores exportadores mundiais deste fruto rico em nutrientes como fibras, proteínas, potássio, fosforo, cálcio, magnésio e vitaminas.

Segundo o Notícias, neste programa com pequenos agricultores, cada um terá uma área de cultivo de dez hectares, o que vai permitir que muitas famílias ganhem conhecimentos técnicos na área da agricultura, possibilitando que, em oito anos, o rendimento de cada um deles atinja um valor superior a um milhão de meticais por ano. Isso vai transformar a agricultura de subsistência em agricultura comercial, contribuindo para o desenvolvimento da província do Niassa.

As projecções de investimento, que conta com apoio do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, são de expandir, a breve trecho, o espaço em exploração de 1100 hectares, para dez mil hectares: “os 1100 hectares encontram-se já prontos para o plantio, facto que poderá ocorrer em breve, gerando emprego para cerca de 1200 pequenos farmeiros”, contou Izak Holtzhausen, co-fundador da empresa Niassa Macadâmia.

A Niassa Macadâmia esta no processo de angariação de capital de, aproximadamente, 760 milhões de meticais (12 milhões de dólares) para a sua expansão, que vai contar com a primeira fábrica de processamento da macadâmia em Moçambique.

A escolha da macadâmia, conforme explicou Izak Holtzhausen, resulta do facto de o País, muito concretamente a província de Niassa, possuir solos e climas apropriados para o desenvolvimento desta cultura em sequeiro, uma técnica agrícola utilizada para cultivar em terrenos com pluviosidade reduzida.

O fruto da Niassa Macadâmia já tem, inclusive, mercado garantido, sendo os Estados Unidos de América, a China e a Europa os destinos programados: “cerca de 50% da produção do empreendimento será exportada para o mercado chinês, que é o maior consumidor da macadâmia do mundo. O resto será dividido entre os EUA e a Europa”, frisou Izak Holtzhausen, citado pelo jornal Notícias.

Estima-se que o projecto produza aproximadamente 20 mil toneladas anuais a partir de 2035, com perspectivas para colocar Moçambique no top 3 dos melhores países africanos produtores da macadâmia, nos próximos dez anos. “Estamos agora a desenvolver o projecto com recurso a fundos e temos a maior área plantada de Macadâmia em Moçambique. Logo que o financiamento começar a fluir, o projecto vai-se desenvolver com maior rapidez. Isso poderá ocorrer entre 2024 e 2025 porque, nessa altura, vamos realizar vendas, cujas receitas serão reinvestidas nas comunidades que prestam serviços à Niassa Macadâmia”, revelou o co-fundador da empresa.


Categoria: Sociedade

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