Moçambique melhorou a sua posição no Índice Global da Fome 2023, apresentado esta quinta-feira, 26 de Outubro, em Lisboa, pela associação Ajuda em Acção, mas tem ainda uma classificação considerada “grave”, influenciada pelos ataques armados no norte do País, informou a Lusa.

Segundo a agência, apesar das dificuldades que enfrenta e da classificação ser ainda bastante elevada, Moçambique apresentou melhorias face aos resultados anteriores, de 2015, quando tinha 37 pontos na escala do índice e estava identificado como “alarmante”, baixando agora para 30,5 pontos.

O director da Ajuda em Acção em Moçambique, Jesús Perez, disse, durante a sessão de apresentação do relatório, que o conflito armado que afecta o norte do País, desde 2017, é um dos principais factores que contribuem para a crise alimentar.

A organização não-governamental (ONG) está presente em Cabo Delgado – região afectada pelo conflito armado nos últimos anos – e na zona capital, Maputo, explicou o director, referindo ainda que as duas localidades representam realidades muito díspares.

A Ajuda em Ação já ajudou 62 mil pessoas em Moçambique, e Cabo Delgado representa 80% das operações da ONG, numa população que caracterizam como sendo predominantemente rural. “Há 48,8% da população de Cabo Delgado que vive na pobreza, sendo esta uma zona rural com actividades de subsistência”, declarou Jesús Perez.

Na mesma região, a fonte referiu ainda que “53% das crianças com menos de 5 anos têm atrasos no crescimento e a maioria da população tem menos de 29 anos”.

Categoria: Sociedade