Maputo sediou etapa regional para melhorar sistemas de aviso de desastres
Países do sul da África querem atuar a tempo para minimizar perdas causadas por catástrofes naturais; região altamente exposta concentra cerca de 70 milhões de habitantes; especialistas revelam fatores que ajudarão a fazer chegar tipo de informação às populações que precisam.
Em Moçambique, esta última semana foi de busca de compromissos para que melhores sistemas de aviso ajudem a minimizar o efeito de desastres no sul da África. Mais de 70 milhões de habitantes estão concentrados na região, que enfrenta riscos cada vez maiores devido às mudanças climáticas.
Foi para promover sistemas de alerta antecipado que especialistas, agências da ONU e parceiros de desenvolvimento se sentaram à mesa com representantes da Comunidade dos Estados da África Austral, SADC. Os prejuízos de desastres meteorológicos ameaçam os seres humanos e o meio ambiente.
Modernização
Um dos marcos do encontro internacional foi a Declaração de Maputo sobre a cooperação regional para aliviar catástrofes. Durante a reunião, a ONU News ouviu especialistas que abordaram os esforços para melhor administrar e promover alertas. O diretor-geral de Meteorologia em Angola, João Afonso, disse ter retido experiências dos países da região para o atual momento de atualização.
“Angola está a passar por um processo de modernização do serviço meteorológicos. Este processo de modernização inclui a implementação de diversas estações meteorológicas. Podemos dizer que é um cenário de 77 estações meteorológicas automáticas, incluindo na sua maioria que tínhamos no passado. Isso requer lidar com países mais avançados em lidar com novas tecnologias.”
Acesso
O diretor do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, INAM, Adérito Aramuge, disse que a recente ocorrência de intensas chuvas e ciclones pode contribuir para melhorar a ação regional.
“Levamos para lá o cumprimento das orientações emanadas no protocolo de transportes, comunicações e meteorologia da SADC. Consiste que cada país possa envidar esforços no sentido de trazer condições melhores, necessárias ao serviço de meteorologia de maneira que estes serviços possam produzir informação de ponta e disponibilizar ao consumidor final. Isto irá, de alguma maneira, criar condições para que haja esta ação antecipada.”
Um dos momentos mais altos da reunião foi a apresentação do Relatório sobre Clima em África 2021. A análise revelou que apenas 40% dos habitantes da região têm acesso a sistemas de alerta contra condições meteorológicas extremas.
“Os relatórios das academias mostram que, futuramente, teremos maiores intensidades dos eventos, assim como agravamento da magnitude desses eventos. Precisamos de conviver com estes fenómenos meteorológicos. Conviver com estes fenómenos meteorológicos implica tornarmos resilientes e esta resiliência começa com aviso prévio e termina com ação antecipada.”
Gestão Sustentável
Para o diretor do INAM, a localização geográfica de Moçambique torna o país vulnerável ao tipo de desastres. Esta realidade justifica o alinhamento do país com a Organização Meteorológica Mundial em planos para melhor alertar as populações de danos causados por desastres naturais.
Já o diretor de serviços de desenvolvimento na OMM, Filipe Lúcio, elogiou as lideranças políticas da região pelo compromisso de desencadear ações para garantir que todos os cidadãos sejam cobertos de um sistema de aviso prévio nos próximos cinco anos.
“Adoção de legislação, o reforço de coordenação, de cooperação entre instituições a nível nacional, mas também a nível regional. Porque os eventos extremos do tempo e do clima normalmente não observam fronteiras geográficas e, no caso de Moçambique que é um país que se encontra à jusante de muitas bacias hidrográficas, esta cooperação regional é crucial na partilha de informação e de dados que permitem que sejam tomadas ações apropriadas.”
A agência da ONU aponta África como uma prioridade máxima de uma para atingir a meta no próximo quinquénio.
O novo relatório revelou haver cerca de 250 milhões de afetados pela escassez da água e pela seca no continente. Cerca de 80% dos países africanos poderão ficar desprovidos de uma gestão sustentável de recursos hídricos até 2030.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota