Kenmare com lucros recorde de 67,8 milhões de dólares até Junho

A Kenmare, um dos principais produtores mundiais de minerais de titânio e zircão, que opera a mina de Moma, no norte de Moçambique, registou lucros recorde de 67,8 milhões de dólares no primeiro semestre, anunciou a mineradora.

Numa informação aos mercados sobre o desempenho no primeiro semestre, a empresa anuncia que vai pagar um dividendo intermédio de 17,5 dólares por acção, aumentando 59% face ao mesmo período de 2022, no âmbito da política de pagamento de 50 milhões de dólares anuais em dividendos aos accionistas.

A Kenmare acrescenta que os lucros do primeiro semestre, de 67,8 milhões de dólares, representaram um aumento de 8% face a 2023.

A mineradora refere que a produção de concentrados de minerais pesados (areias pesadas) na mina de Moma caiu 14% no primeiro semestre, para 633.900 toneladas, devido aos “graves impactos” da queda de um raio na área, enquanto o total de produto final caiu 10%, para 472.600 toneladas e os carregamentos enviados subiram 31%, para 556.800 toneladas.

Na nota aos mercados, o gestor do projecto da mina moçambicana, Michael Carvill, explica que a produção no início do ano até “foi forte”, mas o semestre acabou por revelar-se, ao nível da extracção, “abaixo das previsões”.

“No entanto, os bons preços de produto e os fortes volumes de remessa no primeiro semestre geraram receitas recordes”, reconhece.

A Kenmare é uma das maiores produtoras mundiais de areias minerais, cotada nas bolsas de Londres e Dublin, sendo que a produção em Moçambique representa aproximadamente 8% das matérias-primas globais de titânio.

A empresa fornece clientes que operam em mais de 15 países e que usam os minerais pesados em tintas, plásticos e cerâmica.

Separadamente, a mineradora anunciou na terça-feira, 15 de Agosto, uma operação de recompra de acções por 30 milhões de dólares, através de uma oferta pública, de acordo com “política de devolver capital adicional aos accionistas quando apropriado”.

Segundo a empresa, a mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, que são utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como o mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado, o zircão.

A mineradora anunciou em Abril prevê explorar um novo filão dentro de dois anos, dentro da sua concessão de Moma, sinalizando a longevidade e rentabilidade da mina.

“Mais de 70% dos recursos minerais de Moma estão localizados no filão de Nataka e estamos entusiasmados em delinear planos para este activo de classe mundial”, referiu na ocasião Michael Carvill, numa informação aos mercados.

A fábrica móvel de processamento de minério “concluirá a exploração em Namalope em 2025, com uma transição de 18 meses para o novo local, Nataka”, detalhou a empresa.

As despesas de capitais estimadas para a operação, que inclui renovação de equipamento, são da ordem de 242 milhões de dólares “ao longo de 2023-25”, estimando-se que a fábrica continue a operar por mais de 20 anos.

A Kenmare tem uma outra fábrica móvel na mesma zona, cuja renovação está a ser estudada por forma a aumentar a capacidade de produção.


Categoria: Economia

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