Instituto Republicano homenageia Chissano
O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, foi alvo na passada sexta-feira, dia 18 de Novembro de 2022, na cidade de Maputo, de uma singela homenagem obsequiada pelo Instituto Republicano Internacional (IRI), uma organização norte-americana sediada em Washington. O tributo teve como mote: Celebrando as Realizações do Presidente Chissano, Quebrando Clivagens Políticas para Promover a Democracia em Moçambique.
A sessão, que teve como principal orador o bispo anglicano, Dom Dinis Segulane, resumiu-se na entrega de um Certificado de Honra ao Presidente Chissano, por Michll Biriwasha e Kimberly Smiddy, ambas do IRI. Na ocasião, Kimberly Smiddy, destacou as qualidades de Joaquim Chissano no atinente à introdução do sistema democrático em Moçambique e a sua valiosa missão de mediador na pacificação do continente africano. Dom Dinis Sengulane, por sua vez, fez uma radiografia do percurso político do Presidente Joaquim Chissano e das suas importantes contribuições para a estabilização política, económica e social no país, em particular, e no mundo, em geral, Por seu turno, Chissano partilhou a sua experiência em relação à luta de libertação nacional, governação do país e no apoio que tem prestado até agora na pacificação do continente africano. “Sinto que o povo moçambicano é que está de parabéns, porque fez um bom trabalho. O povo escolheu-me, com base em consenso, para dirigi-lo e juntos trabalhamos numa atmosfera de diálogo e concórdia. Por isso, a homenagem é resultado disso, o mérito é do povo moçambicano. O meu sentimento é de alegria, porque isso vai continuar, pois o povo quer liberdade, uma democracia verdadeira e de participação, e não apenas o multipartidarismo”, disse Chissano que é o mentor da paz em Moçambique e neste momento com diversos reconhecimentos internacionais pela sua boa governação. Joaquim Chissano, nasceu a 22 de Outubro de 1939 em Malehice no distrito de Chibuto, província de Gaza. Figura destacável pelos seus feitos e conquistas alcançadas ao longo da sua carreira política e diplomática. Foi presidente da República de 1986 a 2005. Mas a sua carreira política iniciou por volta de 1960 e foi um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) em 1962, desempenhou até 1965 a função de secretário do primeiro presidente Quarta-feira, 23 de Novembro de 2022 SOCIEDADE 41 da Frelimo, Eduardo Mondlane. Em setembro de 1974, Joaquim Chissano ocupou a função de Primeiro-Ministro do Governo de Transição até 25 de Junho de 1975, data da proclamação da independência de Moçambique. No primeiro Governo do país, ocupou a pasta dos Negócios Estrangeiros (1975-1986), sob a presidência de Samora Machel. Entretanto, em 1977, foi eleito para o Comité Central e para o Comité Político Permanente da Frelimo, no seu terceiro congresso. Após a morte de Samora Machel em 1986, foi eleito Presidente do Partido Frelimo e, a 6 de novembro, Presidente da República. Com o multipartidarismo, assinou a 4 de outubro de 1992 acordo de paz, juntamente com Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), pondo termo a dezasseis anos de guerra civil no país. Nas eleições presidenciais de 1994 foi investido como presidente da República, cargo para o qual foi reeleito nas eleições de 1999. Nesse mesmo ano, tornou-se Presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Vice-Presidente da Socialista Internacional. Foi laureado em 2007 com o Prémio Mo Ibrahim de “Boa Governação”, é membro de honra de várias organizações e recebeu vários prémios no país e no estrangeiro. Recebeu o título Honoris Causa em Economia atribuído pela Universidade de Coimbra (1999).