Inacreditável

A vida é cheia de surpresas, umas boas e outras ruins. O futebol não é excepção. Pois é um desporto de massas, por isso junta muitos adeptos e a cada passe malfeito ou incompleto, a cada roubo de bola, a cada bola parada, a cada contra-ataque ou defesa, a cada segundo ou minuto, o futebol traz consigo um conjunto de emoções estranhas e imensuráveis, alegria, tristeza, dor, surpresa, desprezo, aversão e medo”. No fundo estamos a falar de emoções básicas comuns aos humanos, mas, observáveis numa partida de futebol. E quando pensamos que já não há mais esperança, a vida nos presenteia o inacreditável.

É difícil acreditar que os nossos “Mambas” encontraram o tesouro que estava perdido há aproximadamente uma década. Na verdade, para ser sincero, parece-me que a selecção nacional estava meio-adormecida e no final de tudo ressuscitou. Desta vez, ressuscitou para valer. O veneno dos “Mambas” foi muito bem enjeitado e com todos compostos bioquímicos, numa partida entre Moçambique e Malawi, que durou noventa e poucos minutos, onde a selecção nacional, os “Mambas” saiu qualificada para o CHAN – Argélia 2022.

O veneno dos “Mambas” espalhado no relvado do Estádio Nacional do Zimpeto caracterizado pela ansiedade, adrenalina e euforia, medo e alegria, foi suficiente para deixar o adversário às cegas e sem oportunidades para fazer qualquer tipo de lance perigoso que a nossa selecção não estivesse à altura de defender e dar umas picadelas bem fortes. Não é por acaso que, quando a “mamba-negra” pica, ela possui coloração acinzentada e seu veneno também possui toxinas extremamente potentes que podem desencadear um ataque cardíaco, assim estavam os nossos “Mambas”, eufóricos e sedentos de vitória. O objectivo foi alcançado. Com entrega, determinação, resiliência e inteligência, os nossos “Mambas” ressuscitaram e agora subiram aos céus, ao CHAN – Argélia 2022, onde disputarão com grandes selecções e de novo voltaram em sua glória ao Estádio Nacional do Zimpeto para alegrar euforicamente os moçambicanos e desta vez, não terão misericórdia, enjeitarão seu veneno e reviverão o futebol moçambicano.  

Editor – Belodêncio C. Nhabinde


Categoria: Editorial

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