Igreja Velha Apostólica banida por tempo indeterminado em Moçambique
O Governo suspendeu, hoje, as actividades da Igreja Velha Apostólica em Moçambique por tempo indeterminado. A suspensão deve-se aos desentendimentos e os recentes episódios de violência entre os membros da congregação.
Foi através de um despacho, assinado pela ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, que o Governo oficializou a suspensão das actividades religiosas da Igreja Velha Apostólica em Moçambique.
O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos diz que a medida visa travar a onda de violência a que se assiste na igreja.
Em reacção, a Igreja Velha Apostólica em Moçambique afirma que a medida vai salvaguardar os princípios dos crentes, com destaque para a paz interna.
“Essa medida, até um certo ponto, é acertada por uma razão muito simples. O grupo identificado, que apoia o apóstolo emérito Jaime César Matlhombe, estava a tentar aqui acções de violência porque não querem conformar-se com aquilo que é a resolução que o apostolado anunciou no dia 6 do mês corrente. Não há condições de resolver um problema num momento em que todo mundo está a choramingar, é preciso perceber, primeiro, por que que estão a chorar e qual é a razão do conflito”, disse Elídio Mavume, representante da Igreja Velha Apostólica em Moçambique.
E mais, a igreja diz que está a trabalhar para retomar as actividades o mais rápido possível. A congregação revelou que já submeteu um documento ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos com alguns pontos a serem tomados em conta para o efeito e aguarda uma resposta.
“Vamos, de facto, encontrar forma de resolver o problema porque a nação apostólica está, neste momento, triste porque quer ir à igreja, mas ao mesmo tempo abraçamos esta acção de forma positiva porque visa dar o fim a um problema que coloca em causa o bom nome da igreja e dos próprios crentes”, reiterou Elídio Mavume, representante da Igreja Velha Apostólica em Moçambique.
Para o Conselho Cristão de Moçambique, não basta apenas suspender as actividades, a igreja em causa necessita de um acompanhamento das autoridades competentes.
“Suspender é atitude que deve ter uma coisa logo a seguir para que a medida não seja para afastar ainda mais as pessoas, mas sim para se reconciliarem o mais rápido possível. Por isso, apelo a um segmento a nível do Ministério para garantir que o programa ocorra sem turbulências”, informou Felicidade Chirinda, do Conselho Cristão de Moçambique.
Jaime Matlombe deixou de ser o líder máximo da Igreja Velha Apostólica em Moçambique, há cerca de duas semanas. Durante anos, o ex-líder foi acusado de escândalos sexuais, curandeirismo, criminalidade e fraude financeira.