O Governo de Moçambique autorizou, na terça-feira, 5 de fevereiro de 2025, três Empresas do sector Empresarial do Estado (SEE) a adquirirem participações no capital social das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). As empresas contempladas são a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE). A operação envolve a venda de 91% da participação do Estado nas LAM, o que corresponde a um valor estimado em 130 milhões de dólares americanos.

De acordo com Inocêncio Impissa, porta-voz do governo, o montante arrecadado com esta venda será direccionado para a aquisição de oito aeronaves e para a reestruturação das LAM, com o objectivo de melhorar a performance da companhia aérea nacional.

“Pretende-se criar condições para que estas empresas auxiliem na gestão das LAM, aplicando regras e parâmetros de gestão semelhantes aos do sector privado e com práticas de nível internacional”, explicou Impissa, após a realização da III sessão do Conselho de Ministros. O porta-voz acrescentou que a mudança visa melhorar a eficiência das operações e garantir maior controle sobre os investimentos realizados.

Impissa enfatizou que, embora as empresas do SEE adquiram a participação nas LAM, elas estarão sujeitas à obrigatoriedade de apresentar relatórios periódicos ao Governo, para garantir que os resultados sejam alcançados de maneira eficiente e em benefício de Moçambique. “essas empresas, por sua vez, devem aplicar regras de compliance e contabilidade, com o objectivo de acompanhar a vida financeira e operacional da companhia de forma rigorosa”, afirmou.

A medida é vista como uma tentativa do Governo de fortalecer a gestão das LAM e melhorar a sustentabilidade da companhia aérea, que enfrenta desafios financeiros e operacionais há anos.

INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS PARA A AVIAÇÃO NACIONAL

Com a nova estrutura de gestão e o foco na reestruturação da empresa, espera-se que as Linhas Aéreas de Moçambique possam recuperar sua competictividade no mercado regional e internacional. A aquisição das aeronaves e os investimentos estratégicos são passos fundamentais para a modernização e expansão da frota da LAM, que actualmente enfrenta dificuldades operacionais e financeiras.

A decisão do governo foi recebida com expectativas positivas por parte dos especialistas, que destacam a importância de garantir uma gestão empresarial mais eficiente e voltada para a rentabilidade das empresas do SEE. A medida também sinaliza uma maior abertura para a interação entre o sector público e o privado, promovendo a sustentabilidade de importantes empresas nacionais.

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