Gonçalo Correia, director da CondorAnacardium, uma das maiores empresas de processamento de caju em Moçambique, foi eleito presidente da Associação dos Industriais do Caju (AICAJU) com a maioria dos votos dos seus associados, nas eleições realizadas na passada quarta-feira, 22 de Setembro, em Nampula.

Na tomada de posse, o novo presidente defendeu a necessidade de apoiar e fortalecer a AICAJU neste momento delicado que a indústria atravessa, salientando que a organização da associação requer uma revisão adequada para que possa investigar e analisar convenientemente as questões-chave da indústria e a sua recente perda de posição relativamente aos concorrentes.

“O seu papel deve ser a defesa do processamento local e adição de valor dentro das nossas fronteiras, a promoção comercial da amêndoa moçambicana e o apoio à indústria no acompanhamento das tendências internacionais e de segurança alimentar. O envolvimento da nossa indústria com os nossos produtores é também uma prioridade para a nova direcção da AICAJU”, afirmou Gonçalo Correia.

Ciente do papel da indústria do caju em Moçambique, o dirigente recém-eleito avançou que “é extremamente importante para o País, em termos de desenvolvimento económico e social, porque existem milhões de agricultores, sendo que a maior parte deles são pequenos agricultores e de renda baixa, que dependem do caju como uma das únicas fontes de receita anual. Por isso, os próximos anos de mandato serão de reestruturação da organização”.

Numa altura em que a indústria do caju volta a dar sinais de retoma da crise, que afectou e tirou o País do lugar de maior processador de castanha de caju em África nos anos de 2017/18, ainda há muito caminho a percorrer, sendo que continua a faltar um quadro regulatório que seja verdadeiramente fomentador do reaparecimento e manutenção de uma indústria nacional.

“Existe uma Lei em processo de revisão, mas que ainda não foi promulgada e não está claro o que definirá para o processamento local, sendo que até lá continuaremos a enfrentar uma ‘concorrência desleal’ com a exportação de castanha em bruto para a Índia e Vietname”, concluiu.

A AICAJU é uma organização não-governamental, apartidária, de carácter público, com personalidade jurídica, financeira e administrativamente autónoma. Foi fundada na cidade de Maputo e está actualmente sediada na cidade de Nampula.

Segundo a associação, com a fundação da AICAJU, pretendia-se criar uma entidade que pudesse, não só representar os seus associados na discussão e aprovação de todos os acordos colectivos de contratação laboral com toda a amplitude, mas também que colaborasse com as entidades oficiais na definição da política de desenvolvimento industrial, agrícola e comercial do ramo. (DE)

Categoria: Sociedade