Durante a XIII Reunião dos Ministros da Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada sob a presidência de São Tomé e Príncipe, o Secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior de Moçambique, Edson da Graça Macuácua, proferiu uma intervenção que sublinhou com clareza o papel central da educação na construção de sociedades mais justas, resilientes e preparadas para os desafios globais.

Com uma audiência composta por representantes dos nove Estados membros da CPLP, Macuácua começou por elogiar a organização do encontro e o dinamismo do Secretariado Executivo da Comunidade, sublinhando que a ampla participação na cimeira reflecte o compromisso político e estratégico com o reforço da cooperação educativa no espaço lusófono.

“O mundo de hoje é caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, o chamado mundo VICA e a educação é convocada a dar respostas às novas exigências, desde as mudanças climáticas até à revolução tecnológica”, afirmou.

Neste contexto, defendeu a necessidade de um esforço colectivo para garantir o acesso universal à educação, elevar a qualidade do ensino e modernizar infra-estruturas, com forte aposta na integração de tecnologias digitais nos processos de ensino-aprendizagem.

Edson Macuácua destacou ainda que a CPLP representa um espaço estratégico de partilha e solidariedade, onde os países podem, de forma colaborativa, trocar experiências e alinhar políticas públicas para enfrentar desafios comuns. Apelou a que este fórum se torne “cada vez mais relevante para os cidadãos”, promovendo uma educação que vá além da instrução técnica e se assuma como motor de transformação social.

Referindo-se ao Plano Estratégico de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP (2022–2026), o responsável moçambicano reiterou o empenho do seu país na implementação das metas acordadas. A acção multilateral conjunta, apontou, tem registado avanços visíveis, sobretudo em áreas como alfabetização de adultos, saúde e nutrição escolar, ensino técnico e profissional, educação inclusiva e produção de estatísticas educativas fiáveis.

“O relatório sobre a execução do Plano Estratégico demonstra avanços encorajadores”, observou, frisando que o sucesso depende da capacidade dos Estados membros de coordenarem estratégias e assegurarem a continuidade das acções.

Num tom humanista, Macuácua encerrou a sua intervenção reafirmando a importância da educação como ferramenta de emancipação, não apenas para capacitar indivíduos em termos técnicos, mas para formar cidadãos eticamente comprometidos, solidários e preparados para contribuir para um futuro sustentável e pacífico no seio da CPLP.

Categoria: Sociedade