Dupla moçambicana focada num final feliz

A dupla moçambicana no Rally Dakar Classic-2024, nomeadamente Paulo Oliveira, e Arcélio Couto, concluiu com êxito a 11ª e penúltima etapa da prova, depois de enfrentar imensas dificuldades relacionadas com o percurso sinuoso e longo, e problemas mecânicos na viatura da marca UMM, modelo Alter 4X4, com aproximadamente 30 anos de vida.

Os pilotos, que se mostram resistentes a todas contrariedades, estão agora prontos e animados para desafiarem, nesta sexta-feira, 19 de Janeiro, a última etapa do Rally Dakar-2024, o que poderá marcar a concretização do principal objectivo da sua participação na competição.

Uma vez mais não foi fácil terminar a etapa-11, devido a uma série de compressões de índole mecânico na viatura, chegando o motor a ir abaixo num determinado momento e noutro por causa da enorme quantidade de areia encravou e forçou Arcélio Couto a utilizar pela primeira vez pá para permitir a saída do carro do areal.

Etapa com sabor agridoce

“Foi uma etapa com sabor agridoce, porque durante o trajecto experimentamos várias vicissitudes, sobretudo de natureza mecânica com a viatura, e testamos as dunas.”, disse Paulo Oliveira, que continua entusiasmado com a aventura Dakar, onde a organização é impecável.

Arcélio Couto, co-piloto, faz também uma avaliação positiva da 11ª etapa, apesar de ter sido forçado a recorrer a uma pá para retirar o carro do banco da areia.

“Um dia isso tinha que acontecer. Foi uma experiência interessante e espectacular numa paisagem bonita. Correu tudo bem e a única anormalidade foi o facto de o carro ter ido abaixo e não pegar. Tivemos ajuda dos técnicos e tudo voltou à normalidade. Agora, estamos prontos para o derradeiro momento do Rally Dakar-2024”, afirmou Couto.

Uma final de resistência        

Entretanto, a etapa especial teve um formato de laço em torno das rochas monumentais da região de Al’Ula, e a dificuldade maior foi na navegação. Os competidores foram postos a prova da sua perícia e astúcia.

O percurso foi formado por um labirinto, com muitas mudanças de direcção, poucas rectas, muitas pegadinhas e waypoints escondidos. Desta vez, teve menos dunas do que nas etapas anteriores, mas isso não significou que os obstáculos fossem menores. Um trajecto que exigiu muita estratégia e foco. E qualquer erro poderia significar a perda de minutos preciosos na cronometragem.

O último percurso do Dakar 2024 promete uma verdadeira prova de resistência. No caminho até Yanbu, uma especial de 480 quilômetros, a maior parte em piso duro, terreno árido e acidentado, com buracos e depressões ao longo do trajecto. Um verdadeiro desafio físico para os pilotos.

Um piloto de excelência

– considera Adérito Matangala

Adérito Matangala, dirigente ligado ao futebol, classifica a 28ª posição da classe SSV (Side by Side Vehicle) que o piloto moçambique, Paulo Oliveira ocupa no Rally Dakar, um marco histórico, tendo em conta que, a prova em apreço, realizada na Arábia Saudita, contou com a participação de um número de concorrentes, acima de 100 automobilistas da classe todo-o-terreno.

Segundo Matangala, esta briosa classificação do piloto moçambicano, eleva o país para os patamares de destaque, no Mundo do desporto motorizado.

Acrescentou que Moçambique assume os desafios de manter bem alta, a sua identidade, nas competições vindouras e sempre com o objectivo legítimo de alcançar outras posições de maior relevo, ao nível desta modalidade caracterizada por elevado sacrifício dos pilotos e suas respectivas equipas Técnicas, incluindo o compromisso, trabalho abnegado e profissionalismo.

Imprime nova dinâmica ao desporto motorizado

– afirma Salvador Macamo

O gestor desportivo, Salvador Macamo, sente-se orgulhoso, como moçambicano, ao ver a Bandeira Nacional hasteada nos quatro cantos do mundo por meio do piloto Paulo Oliveira que, desde o princípio, trouxe uma nova visão sobre o desporto motorizado em Moçambique, numa altura em que ninguém tinha sonhado tão alto em elevar o país através do desporto motorizado.

Para Macamo é um marco histórico ter um representante moçambicano a competir neste tipo de prova. Acrescenta que o país só sai a ganhar, pois o mundo inteiro já reconhece a pujança de Moçambique neste desporto.

“Paulo Oliveira está a promover a moçambicanidade além-fronteiras. Isso deixa-nos orgulhosos como filhos desta terra. É motivador ver um desportista com todas as dificuldades continuar a lutar para lograr seus intentos. Paulo, conseguiu”, disse.

Acrescentou que, sem dúvidas, os mais jovens que, por eventualidade tinham receio de aventurar no desporto motorizado, agora vêem Paulo Oliveira como um grande ídolo e influenciador.

“É uma modalidade que apresenta várias nuances e dificuldades, mas a vontade reside no desportista que não desiste diante das dificuldades, muito pelo contrário vai à luta até às últimas consequências” concluiu.

Paulo Oliveira é focado no desporto motorizado

– diz Quinito Jr

Quinito Jr. vem acompanhando atentamente a prestação de Paulo Oliveira desde a sua primeira participação no Rally Dakar e nota a sua gradual evolução. Segundo ele, nesta edição o piloto superou todas as expectativas.

Quinito Jr, defende a necessidade de se criar mais Paulo ‘s Oliveiras para darem continuidade a esse sonho e visão que o piloto trouxe à modalidade em Moçambique.

“Paulo Oliveira está focado no que faz. Sabemos que a maioria de nós moçambicanos temos medo de arriscar, mas ele tem mostrado que é preciso deixar de lado esse preconceito e ir à luta, pois só assim se podem produzir vencedores em Moçambique”, disse.

Acrescentou que o desporto motorizado em Moçambique evoluiu de tal maneira que os mais jovens já começaram a se interessar e, segundo ele, cabe aos mais velhos darem esse incentivo para que possam se tornar desportistas.

“Paulo Oliveira já deu os primeiros passos na modalidade e agora cabe às outras forças da sociedade ou os que lidam com o desporto darem um empurrão para que se possa avançar”, concluiu.


Categoria: Desporto

Parceiros e Clientes