Os custos com a importação de combustíveis em Moçambique alcançaram um valor recorde de 1.800 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, superando os gastos totais de 2023, que foram de 1.417 milhões de dólares. O aumento refletce tanto a subida nos preços do petróleo no mercado internacional quanto o crescimento da demanda interna.

O Banco de Moçambique reporta que, no primeiro trimestre de 2024, as importações de combustíveis somaram 301 milhões de dólares, valor que subiu para 621,1 milhões no segundo trimestre e 935,9 milhões no terceiro. A mudança na política de comparticipação do banco central, que deixou de cobrir as importações de combustíveis, transferindo essa responsabilidade para os bancos comerciais, também contribuiu para esse cenário.

Para garantir o abastecimento contínuo e minimizar o impacto das flutuações globais, a Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) lançou um concurso internacional para a compra de 575 mil toneladas métricas de produtos refinados, como gasolina e gasóleo, com entrega prevista a partir de março de 2025. A estratégia visa estabilizar o fornecimento e reduzir a vulnerabilidade económica do país.

Especialistas alertam para os desafios económicos decorrentes do aumento da fatura de combustíveis, que afecta a balança comercial e as reservas cambiais de Moçambique, acentuados pela instabilidade do mercado global.

 Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), destacou a necessidade de políticas que promovam a competitividade e sustentabilidade do sector, essenciais para atrair investimentos e garantir a segurança energética do país.

Categoria: Economia