
CTA CONGRATULA MEDIDAS DE ALÍVIO DE CUSTO DE VIDA
A Confederação das Associações Económicas (CTA) destacou uma recente declaração do Presidente da República, Daniel Chapo, sobre as medidas em estudo para aliviar e conter o alto custo de vida no país. A CTA considerou essa decisão como sábia e oportuna, alinhando-se com as preocupações que foram levantadas em novembro do ano passado. Na ocasião, a avaliação preliminar dos impactos das manifestações pós-eleitorais indicava uma alta de 11% no custo da cesta básica, uma realidade que, segundo a CTA, pode ter se intensificado até dezembro.
A entidade acredita que as medidas do governo, se implementadas de forma eficaz, poderão não apenas aliviar o custo de vida, mas também contribuir para a estabilidade social, o que é essencial para o bom funcionamento do sector privado. A CTA fez um apelo ao Chefe de Estado e ao Governo para que sigam adiante com essas acções para solucionar problemas críticos enfrentados pela sociedade.
Seguindo para outro tema de grande relevância, a CTA apresentou os resultados de um levantamento realizado após sua reação à posição do Banco de Moçambique sobre o mercado cambial. Em sua resposta, a CTA havia prometido uma nova análise das empresas que enfrentam dificuldades para realizar pagamentos ao exterior devido à escassez de divisas. Após cinco dias úteis de coleta de dados, a CTA revelou que 63 empresas, de diferentes sectores, responderam ao pedido, totalizando uma solicitação de pagamento de 373 milhões de dólares aos bancos comerciais.
Os números mostram que o sector da aviação é o mais afectado, com 40% do valor total solicitado, seguido pela indústria, com 26%, e pelo comércio, com 12%. Este desequilíbrio tem gerado impactos severos, com várias companhias aéreas suspendendo voos para Moçambique e vendendo bilhetes a partir de agências estrangeiras. A CTA frisou que, devido ao curto período concedido para a colecta de informações, o valor total de solicitações pode ser subestimado, e novos processos continuam a ser recebidos.
Em sua análise sobre o mercado cambial, a CTA apontou que o problema poderia ser resolvido com um melhor manejo das exportações e importações de Moçambique. Com uma cobertura de exportações sobre importações de 87%, o cenário de escassez de divisas se torna questionável. A raiz do problema, de acordo com a CTA, está no facto de que uma grande parte das receitas dos Grandes Projectos não tem sido repatriada, exacerbando a falta de divisas. Para mitigar essa situação, a CTA propôs que o governo incentive as empresas do sector da indústria extrativa a repatriar suas receitas de exportação, o que poderia restabelecer a normalidade do fluxo de divisas no curto prazo.
A CTA também anunciou que submeterá esses dados ao Banco de Moçambique como uma prova tangível e quantitativa da gravidade da situação cambial. A entidade alertou que, caso o problema não seja resolvido rapidamente, a situação económica de Moçambique poderá se agravar ainda mais, afectando as oportunidades de emprego e potencialmente gerando mais convulsões sociais. Por isso, a CTA fez um apelo ao Banco de Moçambique para agir com agilidade e criatividade na busca por soluções que possam garantir a paz social no país.
