CTA ABORDA DESAFIOS ECONȮMICOS EM MOҪAMBIQUE

Por : Celia Cuco

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) comentou a recente decisão do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, que decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, a taxa MIMO, de 14,25% para 13,50%. Essa redução foi baseada na avaliação positiva das perspectivas de inflação, que se mantêm em um dígito no médio prazo, apesar dos riscos e incertezas associados.

Com a nova redução, Moçambique destaca-se como o único país em África que já diminuiu as taxas de juro directoras em mais de 3 pontos percentuais ao longo do ano, totalizando um acumulado de 3,75 pontos percentuais até agora. A CTA expressou sua satisfação com essa decisão e parabenizou o Banco de Moçambique pelo esforço contínuo em melhorar as condições de crédito, especialmente para o sector privado.

A CTA reconheceu a baixa cobertura das exportações sobre importações, destacando que, sem os Grandes Projectos (GPs), essa cobertura é de cerca de 25%, mas  com os GPs atinge 90%. Se os GPs direcionassem mais receitas ao mercado interno, o défice de divisas seria reduzido de 75% para 10%. De 2022 a 2023, o Banco de Moçambique aumentou a taxa de juro de reservas obrigatórias de 11,5% para 39,5%, restringindo a liquidez em moeda externa e retirando apoio às importações de combustíveis, o que levou os bancos a demandarem mais divisas.

Essa situação reflecte uma baixa confiança dos bancos na capacidade do mercado de gerar divisas a curto prazo. A proposta da CTA é que o Banco de Moçambique reduza a taxa de reservas obrigatórias e utilize parte das reservas internacionais para injectar liquidez no mercado, estimulando a confiança dos bancos. A longo prazo, é fundamental que os contratos dos GPs sejam renegociados para que as receitas geradas beneficiem mais a economia local. 


Categoria: Economia

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