Condições das empresas registaram uma quebra de crescimento em Outubro
OPurchasing Managers Index (PMI) do Standard Bank revelou que as condições das empresas moçambicanas apresentaram uma quebra do crescimento no mês de Outubro, salientando que houve um abrandamento no ritmo da procura e uma redução dos inventários.
De acordo com o Relatório Mensal emitido pelo banco e consultado esta terça-feira, 7 de Novembro, pelo DE, durante o mês de Outubro, os novos negócios cresceram ao ritmo mais fraco dos últimos nove meses, enquanto os níveis de produção e emprego registaram apenas recuperações modestas.
Neste sentido, a compra de meios de produção, segundo o relatório, manteve uma tendência decrescente, apesar do aumento da confiança das empresas em relação à actividade futura. “A redução das aquisições esteve na base de uma nova queda nos custos gerais dos encargos, contrastando com um aumento adicional nos encargos com a produção das empresas”, lê-se no documento.
“O PMI do Standard Bank Moçambique desceu para o nível de 50 em Outubro, de 50,2 em Setembro”, refere o relatório, sublinhando que o crescimento da produção no sector privado moçambicano se manteve, apesar de, tal como aconteceu em Setembro, a taxa de expansão ter sido modesta e mais fraca do que a registada em meados do ano.
Comentando esses resultados, o economista-chefe do Standard Bank, Fausio Mussá, observou que, a par de uma fraca procura, assistiu-se a uma nova contracção dos preços dos meios de produção, um sinal de que as pressões inflacionárias continuam a regredir, salientando que, no período em referência, se observou, no País, sobretudo, na região norte, uma restrição na emissão de licenças fitossanitárias, após uma campanha para resolver irregularidades no processamento das exportações, o que causou uma interrupção temporária das exportações agrícolas.
“Este facto, conjugado com a importação de determinados alimentos e uma procura local moderada, contribuiu para reduzir as pressões sobre os preços dos alimentos”, explicou Fausio Mussá no relatório.
Não obstante, o economista-chefe do Standard Bank alertou que “os episódios de protestos e violência, na sequência das eleições autárquicas de 11 de Outubro, poderão deteriorar ainda mais o desempenho económico fora da indústria extractiva”. Além disso, “os riscos fiscais aumentaram, tendo em conta as eleições gerais de Outubro de 2024, pois assinalámos que a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2024 implica um elevado volume de empréstimos líquidos em moeda nacional de 22,8 mil milhões de meticais ou 1,5% do PIB, para ajudar a financiar parcialmente um aumento acentuado das despesas de investimento”.
O responsável antevê ainda que a política monetária continuará a ser restritiva, sendo que, provavelmente, a taxa de juro de referência será mantida no actual nível de 17,25% na reunião do CPMO, que vai acontecer no final deste mês. E explica: “a inflação, com o valor mais recente de 4,6% em Setembro em termos homólogos, a percentagem mais baixa dos últimos 32 meses, poderá estar perto de um nível mínimo, com o aumento dos riscos, considerando as tensões geopolíticas e possíveis pressões dos preços do petróleo”.