A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM, S.A) manifestou a sua preocupação com a fraca presença das Pequenas e Médias Empresas (PME’s) no mercado bolsista nacional. A constatação foi feita por Amorim Pery, quadro da instituição, durante a terceira edição do evento Smart Business Innovation – 2025, realizado na cidade de Maputo.

Segundo Pery, apesar dos 27 anos de existência da BVM, os números são ainda desanimadores: apenas uma PME encontra-se cotada no segundo mercado e outras três no terceiro mercado da bolsa. “Não temos PME’s que se financiaram através de emissões de títulos de dívida por meio da Bolsa de Valores, mesmo essa sendo a via mais acessível e mundialmente mais usada”, afirmou.

O responsável sublinhou que o mercado de capitais representa uma alternativa estratégica ao crédito bancário tradicional, especialmente para empresas de menor dimensão que enfrentam dificuldades no acesso ao financiamento. “Portanto, esse mercado precisa ser massivamente usado, pois provou-se com estudos feitos que é muito mais acessível que o mercado tradicional”, destacou.

O evento Smart Business Innovation – 2025 teve como objectivo central a promoção da inclusão financeira, social, digital e energética das PME’s moçambicanas, reconhecendo o papel fundamental que estas desempenham na economia nacional. A iniciativa reuniu empresários, investidores, representantes de instituições financeiras e órgãos governamentais para debater formas inovadoras de impulsionar o crescimento e a sustentabilidade do sector empresarial em Moçambique.

Com o apelo da BVM, espera-se que mais PME’s considerem o mercado bolsista como uma via viável para angariar fundos, aumentar a sua visibilidade e fomentar a transparência e governança corporativa, requisitos cada vez mais valorizados pelos investidores.

Categoria: Economia