AJUSTE DAS POLÍTICAS DE RISCO CIBERNÉTICO NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Recentemente, o Banco de Moçambique emitiu dois avisos que introduzem uma série de requisitos obrigatórios para as instituições de crédito e sociedades financeiras locais no que diz respeito à gestão de riscos cibernéticos. Essas medidas, que entram em vigor no final de setembro de 2024, visam fortalecer as políticas de segurança das instituições financeiras e promover maior transparência no sector. Entre os novos requisitos está a adoção de sistemas de identificação baseados em dados biométricos para clientes, com o objectivo de minimizar fraudes e facilitar a detecção de actividades ilícitas, como a lavagem de dinheiro. Além disso, essas exigências trazem a expectativa de melhorias operacionais e eficiência nas transações financeiras, exigindo que as instituições adaptem suas infra-estruturas tecnológicas para atender às normas estabelecidas

A Ernst & Young (EY), através de Gonçalo Arroja, Manager do sector financeiro, considera que os novos requisitos introduzidos pelo Banco de Moçambique, sobretudo no que diz respeito à introdução de biometria e ao combate ao branqueamento de capitais, representam uma oportunidade para as instituições financeiras se alinharem com as melhores práticas internacionais. Apesar dos desafios que estas novas exigências trazem, a EY acredita que, a médio e longo prazo, as instituições poderão colher benefícios significativos.

A implementação dessas medidas, exigirá que as instituições financeiras ajustem suas políticas de gestão de riscos e procedimentos, com um foco particular na melhoria da experiência do cliente, tornando os processos mais transparentes e eficientes. A utilização de biometria como um mecanismo de identificação é vista como uma mudança crucial para aumentar a transparência e reduzir os riscos de fraudes e branqueamento de capitais. Além disso, o investimento necessário para essa transformação digital pode, ao longo do tempo, resultar em uma maior eficiência, com redução de custos operacionais graças à automação dos processos.

Arroja explicou que essas mudanças têm o potencial de beneficiar não apenas as instituições financeiras, mas também os seus clientes, uma vez que os processos serão mais rápidos, seguros e otimizados. A EY defende que este passo é um avanço importante para o sector financeiro de Moçambique, levando-o a operar de acordo com padrões mais elevados de conformidade e segurança.


Categoria: Economia

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