Tropigália marca presença no mercado de capitais

O anúncio da Oferta Pública de Subscrição (OPS) da Tropigália, lançada esta segunda-feira, 10 de Outubro, constitui um marco no crescimento da empresa de distribuição de produtos de grande consumo.

Adolfo Correia, fundador e CEO da empresa, começou por falar no “orgulho”, recordou o percurso da Tropigália e partilhou alguns dados sobre a empresa. “Nascemos em 2004, somos a 42.ª maior empresa moçambicana, temos implementação integral no território nacional, 12 centros logísticos, temos contas auditadas, mais de 700 colaboradores, representamos 15 indústrias, produtos exclusivos, mais de três mil referências de produtos, 12 mil clientes, uma facturação anual de quase 50 milhões de dólares e um capital social de 8,5 milhões de dólares”. 

Adolfo Correia

“Hoje, 18 anos depois do nascimento da empresa, temos o mesmo perfil, na essência: qualidade, continuidade e excelência dos produtos e serviços, querendo ser uma referência na região. Depois, temos também as nossas próprias marcas. Entre elas, temos a Gourmet, palavra registada como marca nossa, líder de marcas alimentares da Tropigália, com mais de 200 referências no mercado”.

“A visão da Tropigália passa, no futuro, e com a entrada em Bolsa, pela dinamização da construção e desenvolvimento de unidades logísticas de ponta por todo o País (Bilene, Maxixe, Quelimane, Tete, Nampula e Beira).”

Pedro Noronha, CEO do Banco BIG Moçambique, instituição responsável pela coordenação global da operação de entrada em bolsa por parte da banca, assinalou por que faz sentido, na sua opinião, investir na Tropigália: “Pela sua capacidade ímpar, número de clientes, por chegar à casa de milhões de moçambicanos com os seus milhares de produtos através de uma frota de 150 veículos. Todo o seu crescimento foi feito sem recorrer a crédito bancário. A companhia tem um balanço muito sólido, financiado por fundos próprios”.

Pedro Noronha

“Esta é uma operação extremamente importante tendo em conta que acontece neste formato de oferta pública e é a primeira após a pandemia do covid-19, o que transmite um sinal muito forte tendo em conta a pujança e robustez da empresa”

Noronha assinalou ainda, perante a audiência que marcou presença no lançamento da OPS, que a combinação de todos estes factores “permitiu que a empresa tenha um track record muito forte que se evidenciou nos últimos cinco anos, os piores a nível mundial e em Moçambique, com a pandemia, mas que, para a Tropigália, se registou num grande crescimento, tendo ganhado quota de mercado e negócio numa altura particularmente difícil”, assinalou o CEO do Banco BIG.

“Com tudo isto, podemos dizer que a Tropigália é a empresa certa para investir, e, se olharmos às previsões dos próximos anos, prevê-se que o consumo privado duplique a médio prazo, o que representa uma enorme oportunidade. É muito raro encontrar empresas moçambicanas com contas auditadas há 18 anos e que respeitem todas as políticas de governação e boas práticas”, acrescentou Pedro Noronha.

“A visão da Tropigália passa, no futuro, e com a entrada em Bolsa, pela dinamização da construção e desenvolvimento de unidades logísticas de ponta por todo o País (Bilene, Maxixe, Quelimane, Tete, Nampula e Beira).”

“Esta operação é um sonho do Adolfo Correia e tem tudo para correr bem: irá diversificar as fontes de financiamento, além de que todo este plano de expansão ambicioso vai permitir-lhe conseguir reunir todas as oportunidades que o mercado oferece”. Por fim, os detalhes da operação: “será um aumento de capital, com emissão de três milhões de acções preferenciais nominativas.”

A operação destina-se a todos os investidores moçambicanos ou estrangeiros, residentes ou não residentes, estando estruturada em dois segmentos: o A para trabalhadores da Tropigália e jovens até 30 anos; e o B para o público em geral. O lote mínimo para a subscrição é de 50 acções, sendo que o preço inicialmente transaccionável por acção será, para o segmento A, de 100 meticais, e, para o B, de 120 meticais.

O período de subscrição decorrerá até ao dia 4 de Novembro. O sindicato que irá ajudar a fazer a colocação da operação é liderado pelo Banco BIG, em parceria com o Absa, o FNB e o Standard Bank.

Falando ao DE durante o evento realizado pela Tropigália, o PCA da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, reagiu afirmando que “esta é uma operação extremamente importante tendo em conta que acontece neste formato de oferta pública e é a primeira após a pandemia do covid-19, o que transmite um sinal muito forte, tendo em conta a pujança e robustez da empresa que agora é admitida, a boa governação e o facto de ser a primeira empresa completamente privada a enveredar por uma oferta pública de subscrição”, assinalou.

Salim Valá, PCA da BVM

“Estamos a trabalhar há já alguns anos com a Tropigália e ficamos muito satisfeitos e estamos preparados para poder organizar tudo consoante os prazos que foram definidos. A Bolsa de Valores de Moçambique irá operacionalizar esta operação nos padrões que são apanágio da sua acção – integridade, transparência e boa gestão”, enfatizou Valá. A Tropigália passa, desta forma, a fazer parte das 12 empresas cotadas na BVM.


Categoria: EconomiaSociedade

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