ABDULA DESTACA NECESSIDADE DE COMBATE À CORRUPÇÃO E APOSTA NA JUVENTUDE PARA TRANSFORMAÇÃO ECONÓMICA
Em entrevista à Integrity Magazine, o empresário Salimo Abdula sublinhou a importância de combater práticas como o abuso de poder público, nepotismo e corrupção, que, segundo ele, têm sido factores chave na crescente insatisfação social nos últimos anos em Moçambique.
“O uso e abuso do poder público, que gerou nepotismo, corrupção e alguma má governação, são questões que preocupam e que fizeram com que a sociedade se mobilizasse”, afirmou Abdula, referindo-se ao contexto actual de descontentamento popular.
Abdula alertou que a continuidade de tais práticas poderia comprometer o progresso do país, enfatizando a necessidade de um governo comprometido com a transparência e a boa gestão pública. Para o empresário, o novo governo deve priorizar a transformação económica de Moçambique, com um foco específico na absorção da mão-de-obra jovem, uma “massa crítica” que ele considera ser um dos maiores activos estratégicos do país.
“Temos uma sociedade muito jovem. É essencial investir na economia para que ela tenha capacidade de absorver este activo importante, a mão-de-obra jovem. Isso é um grande desafio, mas também é um grande activo”, destacou Abdula, ressaltando que o país tem a oportunidade de alavancar seu desenvolvimento com uma juventude capaz e disposta a contribuir para o crescimento.
De acordo com Abdula, Moçambique possui vantagens que poucos países têm, como uma população jovem, matérias-primas abundantes e uma “massa pensante” que pode impulsionar o desenvolvimento nacional. Ele reforçou a necessidade de unir esses recursos de forma estratégica para gerar valor e transformar as matérias-primas em produtos com maior valor agregado. “O que precisamos é de unir estas coordenadas e transformar as matérias-primas em valor acrescentado”, afirmou.
Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) e antigo PCA da Vodacom, também abordou o cenário desafiador que o novo governo de Daniel Chapo terá de enfrentar. Para ele, a situação económica e o estado das finanças públicas exigem uma equipa técnica qualificada e soluções viáveis para superar os obstáculos. “O Daniel Chapo vai ter um grande desafio, porque eu não sei como está a economia e os cofres do Estado”, disse Abdula.