Durante a 15ª Edição do Economic Briefing, Salim Valá, Presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), destacou que a BVM é uma plataforma organizada e estruturada para fornecer informações cruciais ao mercado, investidores e ao público. O evento teve como objetivo principal transmitir aos empresários e investidores a situação do mercado de capitais e da bolsa de valores, com a missão de reduzir as assimetrias informativas no mercado.

No entanto, Valá observou que a BVM ainda enfrenta desafios para se tornar um verdadeiro barômetro da economia moçambicana, visto que apenas 5 das 100 maiores empresas do país estão listadas na bolsa. Ele sublinhou a necessidade de um maior envolvimento das empresas e investidores com a bolsa para alcançar esse objectivo.

Valá também mencionou que o ambiente de negócios global continua incerto, marcado por conflitos geopolíticos e volatilidade nos preços de bens essenciais, o que afecta as exportações e o clima de negócios. Apesar disso, no primeiro semestre de 2024, o mercado de capitais em Moçambique mostrou sinais de crescimento, embora ainda seja dominado por títulos de dívida, principalmente obrigações do Tesouro.

Ele destacou uma evolução positiva em vários indicadores em comparação com o segundo semestre de 2023 e o mesmo período de 2023, como o aumento no volume de negócios, índice de liquidez e dívida corporativa. Contudo, alguns indicadores, como o número de titulares registados na Central de Valores Imobiliários, cresceram de forma modesta.

Além disso, houve um aumento na capitalização bolsista e no número de empresas cotadas, embora nenhuma nova empresa tenha sido listada no primeiro semestre de 2024. O financiamento da economia foi predominantemente realizado pelo Estado, com o sector privado representando uma pequena parcela.

Valá  ressaltou que o mercado é ainda amplamente dominado por obrigações do Tesouro, com baixa actividade em obrigações corporativas e ações. Algumas das maiores transações de ações foram realizadas por empresas como Cervejas de Moçambique, Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos e Tropigalia, mas com pouca variação nas transações.

Dois novos operadores de bolsa entraram no mercado durante o semestre, elevando o número total para 20, incluindo cinco empresas especializadas em mercado de capitais. Embora não tenha havido emissões de obrigações corporativas, o papel comercial apresentou um desempenho positivo.

Concluindo, Valá enfatizou a importância de um maior uso da bolsa por parte das empresas e investidores para financiamento e aplicação de recursos, contribuindo para o desenvolvimento econômico, inclusive de pequenas e médias empresas.

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