TETE PROJECTA QUATRO MIL TONELADAS DE PEIXE EM CATIVEIRO

A produção pesqueira vai crescer 4 por cento comparativamente ao ano 2023. Projecta-se uma produção global de 508.804 toneladas, distribuídas em 19,7 mil toneladas da pesca comercial, 479 mil toneladas da pesca artesanal e 9,7 mil toneladas da aquacultura. A previsão consta do Plano Económico Social e Orçamento do Estado 2024.

O Governo justifica que quer garantir a segurança alimentar e nutricional em pescado para a população, cuja meta até ao fim do quinquénio, foi fixada em 21.7 quilogramas de consumo per-capita.

Durante o primeiro semestre de 2023, a produção global do sector pesqueiro foi de aproximadamente 235.036 toneladas, correspondente a um nível de realização de 47 por cento relativamente ao plano de 2023 e um decréscimo na ordem de um por cento comparativamente a produção registada em igual período do ano anterior, indica o PESOE, avançando que “com o esforço que tem sido envidado tanto no que se refere a gestão das pescarias, bem como na mobilização de recursos para o financiamento das acções de investimento, espera-se que em 2024 a produção global do sector possa ascender às 508.804 toneladas, um registo abaixo do preconizado no Programa Quinquenal do Governo – PQG, em relação ao ano de 2024, que é de 683.672 toneladas.

Contudo, o volume de exportações de produtos da pesca e aquacultura para o exercício económico de 2024 é de cerca de 10.273 toneladas, representando um decréscimo de 25 por cento em comparação à previsão para 2023.

O documento justifica que a redução do acesso do pescado nacional ao mercado tradicional europeu e as condições nos mercados globais assim como a redução da procura pelo licenciamento das unidades produtivas contribuiu para a tendência de redução dos níveis das exportações. 

“Para reverter esta tendência, o Governo tem estado a fortalecer o controlo das capturas e a intensificar a fiscalização no período de veda e em locais estratégicos e a incentivar os operadores na busca de mercados alternativos, bem como a diversificar a produção e ainda a melhorar a cadeia de valor do pescado e a adesão ao licenciamento da actividade”.

Outrossim é que com o aumento da exportação dos produtos de aquacultura, da lagosta e do caranguejo vivo, proveniente da pesca artesanal, serão, num futuro breve, incrementadas quantidades de pescado a serem exportadas, prevendo-se a arrecadação de cerca de US$ 60,9 milhões, a preços constantes de 2014, finaliza o documento.

Parcialmente, a província de Tete pretende incrementar a produção de peixe em cativeiro, de dois mil para quatro mil toneladas até 2026, no quadro da implementação do Projecto de Desenvolvimento da Aquacultura de Pequena Escala – PRODAPE. 

Esta projecção foi avançada há dias pelo governador da província de Tete, Domingos Viola, durante a entrega de seis motorizadas para os distritos de Marávia, Cahora Bassa e Mágoè, assim como uma viatura ao Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pesca e Aquacultura.

“Queremos transformar as potencialidades que a natureza proporciona em riqueza, para o benefício das nossas comunidades. Para o efeito, vamos apostar na produção de peixe em cativeiro, incrementando a actual contribuição na produção global, que é de 63 por cento”, detalhou. 

Exortou os técnicos beneficiários dos novos equipamentos para que obtenham toda a documentação necessária para o uso dos meios circulantes e ao mesmo tempo que devem garantir o uso adequado, para que durem o tempo necessário, aumentando, desta forma, a produção desejada. 

A Directora provincial de Agricultura e Pescas em Tete, Odete Naftal, disse que para este ano tem o plano de alcançar três mil toneladas de produção aquícola, no âmbito do PRODAPE, que visa contribuir para a redução da pobreza, melhoria de segurança alimentar e nutricional das famílias rurais.

Realçou que para atingir a meta estipulada serão implantadas novas gaiolas e adquirir-se mais ração e alevinos. 

Assegurou que neste momento existem cem mil alevinos, suficientes para povoarem 40 gaiolas de três distritos abrangidos pelo projecto na província.

 A fonte reconheceu que o número de técnicos envolvidos no PRODAPE ainda não é suficiente, devido à extensão dos distritos. Em reacção à entrega dos meios, um dos técnicos abrangidos disse esperar resultados satisfatórios este ano, sobretudo, porque: agora terá como se deslocar para prestar a assistência e devidas orientações às comunidades.


Categoria: Economia

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