A Língua como bandeira económica em Moçambique
“Todos somos personagens da nossa própria história.”
A instabilidade político-militar ainda persistente em Moçambique, a debilidade já antiga e relativa em termos de infraestruturas e a inexistência de estatísticas fiáveis com clara utilidade prática, o fraco investimento nas línguas nacionais para além do português(língua operacional oficial de trabalho, comunicação e unidade nacional), podem agravar o atraso do país no actual quadro da União Africana e no âmbito global, especialmente tendo em linha de conta o actual quadro de crise global que se vive.
Só será possível falar de um verdadeiro desenvolvimento em Moçambique e mesmo em África, dos objectivos do milénio e dos objectivos do NEPAD , quando estiver devidamente consolidado o grande pressuposto da estabilidade político-militar nacional e a paz e segurança, a integração e o desenvolvimento, a ampla partilha de valores e recursos nacionais e transnacionais e o reforço da capacidade institucional e sua respectiva credibilização; são estes do meu ponto de vista os eixos do ambicioso plano estratégico de desenvolvimento de Moçambique e de África que coincidem com a estratégia definida que obrigam e empurram os países africanos a pautar as suas acções com essas linhas de orientação.
Por outro lado, pensamos ser urgente repensarmos a refundação e implementação de amplos códigos de ética, assim como a definição de novos papéis para o estado moçambicano, principalmente quanto à procura constante de um equilíbrio adequado entre direitos políticos e cívicos e direitos económicos, sociais, culturais e educativos.
O regime político actual numa concertação e compromisso conjunto envolvendo todas as forças políticas e sociais, tem de se demarcar definitivamente dos velhos modelos de “ditadura” das desgastadas elites partidárias. O tempo urge.
Delmar Maia Gonçalves In Morte Forjada