“Moçambique deve sair da lista cinzenta para promover acesso aos mercados internacionais”, – Banco Mundial

O Banco Mundial alertou ontem que Moçambique poderá enfrentar dificuldades de acesso aos mercados devido à sua colocação na “lista cinzenta” de risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

“Sair da lista é necessário para promover o acesso aos mercados financeiros internacionais, continuar a atrair investimento externo e participar no comércio internacional”, disse Julian Casal, especialista do Banco Mundial para o sector financeiro, citado pela Lusa.

A situação pode prejudicar a reputação do país como parceiro fiável e de confiança, provocando implicações a longo prazo para o crescimento e desenvolvimento económico, acrescentou.

Julian Casal apelou às autoridades para promoverem um sistema financeiro estável e transparente e um maior compromisso com as convenções internacionais sobre o combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

Dirigindo-se aos magistrados presentes na acção de formação que se iniciou ontem, aquele responsável do Banco Mundial exortou os operadores judiciais a “fazer cumprir e interpretar as leis e regulamentos do país relacionados com o combate ao branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo”.

“Investigar e processar casos de crimes financeiros e impor penas apropriadas àqueles que são considerados culpados e interpretar leis e regulamentos relacionados com o branqueamento de capitais e combate ao terrorismo” são também acções fundamentais, enfatizou.

Por outro lado, continuou, impõe-se que o país adopte novas leis e regulamentos para uma maior eficácia na luta contra aquele tipo de delitos.

Por seu turno, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, manifestou a determinação do Executivo em empreender acções visando a retirada de Moçambique da lista cinzenta.

“Estamos comprometidos em resolver as deficiências identificadas e melhorar a nossa contribuição para o reforço do sistema financeiro internacional”, afirmou Tonela.

Nesse sentido, prosseguiu, as autoridades estão a trabalhar para que o país saia da referida lista num prazo de 24 meses, o que passa pela implementação de uma estratégia acordada com o Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), que gere a lista.

De acordo com o titular do pelouro da Economia e Finanças, é também essencial o reforço da cooperação internacional para o combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

Avançou igualmente o imperativo da criação de um comité executivo multissetorial de coordenação envolvendo instituições relevantes do Estado.

“É importante notar que, para ser removido desta lista, Moçambique deve demonstrar progressos significativos através de evidências e o sistema judicial desempenha, neste quadro, um papel crítico”, frisou Max Tonela.

Moçambique foi colocado na “lista cinzenta” do GAFI em Outubro de 2023, depois de serem detetadas fragilidades institucionais nos mecanismos de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.


Categoria: Economia

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